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País tem histórico de pânico com doenças

PATRÍCIA CAMPOS MELLO DE SÃO PAULO

Conter uma epidemia de vírus ebola nos Estados Unidos não é difícil: o país tem amplas condições de identificar e isolar as pessoas que tiveram contato com o homem contaminado.

Os EUA já lidaram com cinco casos de febre hemorrágica antes (Lassa e Marburg, semelhantes ao ebola) sem que a doença se alastrasse.

Mas conter a epidemia de pânico será bem mais difícil.Os EUA são um dos países mais "germofóbicos" do mundo.

Dois dias após a confirmação do caso no Texas, a histeria tomou conta da nação.

Segundo pesquisa da escola de saúde pública de Harvard, 39% dos americanos acham que o país terá uma grande epidemia de ebola nos próximos 12 meses. Pior: 26% acham que podem pegar ebola nos próximos 12 meses.

Isso depois de maciça campanha de informação, esclarecendo que ebola não se pega como gripe, pelo ar, nem sentando ao lado de um doente no metrô. É preciso entrar em contato com fluídos (vômito, suor, sangue) de uma pessoa doente e sintomática.

Donald Trump, famoso pela verborragia no twitter, decretou: "Os Estados Unidos precisam instituir severas restrições a viagens ou o ebola vai ocupar o país inteiro -- uma praga como nenhuma outra."

"Um milhão de vidas ameaçadas pelo ebola na África Ocidental? Parece estar tudo sob controle. Um texano? Oh Deus, vamos todos morrer, pânico, caos!!", ironizou Alexandra Petri, colunista do "Washington Post".

ESPINAFRE E ANTRAZ

A germofobia faz parte da psique americana. Vira e mexe, americanos correm para as farmácias em busca de litros de álcool gel ou vetam algum alimento do cardápio.

Em 2006, foi o terror do espinafre. Três pessoas morreram e 200 ficaram doentes numa epidemia da bactéria Escherichia coli. Identificado o culpado --espinafre contaminado com esterco de vaca na Califórnia--, a verdura foi para o ostracismo.

De um dia para o outro, sumiram todos os pés de espinafre dos supermercados, enquanto TVs alertavam: não comprem espinafre.

Na esteira do pânico pós 11 de setembro de 2001, veio o "pavor do antraz", pó branco usado como arma química.

Uma semana depois dos atentados, cartas com esporos de antraz começaram a ser enviadas a veículos de mídia e políticos americanos, causando cinco mortes. Durante semanas, muitos americanos nem se aproximavam de caixas de correio, por medo de contaminação.


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