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G2 Eleições Americanas Transição Chinesa

Congresso dos EUA deverá seguir dividido e paralisado

Pesquisas apontam maioria democrata no Senado e republicana na Câmara

Próxima legislatura, no entanto, pode registrar aumento de diversidade entre os parlamentares nas duas casas

LUCIANA COELHO ENVIADA ESPECIAL A CHICAGO

Nos números, o Congresso americano deve permanecer como está após as eleições, com o Senado dominado pelo Partido Democrata e a Câmara dos Representantes (deputados), pelos republicanos. Nas cores, porém, a mudança pode ser tremenda.

No Senado, estão em jogo 33 das 100 cadeiras (duas para cada Estado). Seis são competições acirradas, mas, na maioria das projeções, os democratas mantêm a maioria (hoje têm 51 assentos, mais dois de políticos sem filiação que se alinham ao partido) sobre os republicanos.

Já na Câmara, que se renova completamente a cada dois anos, os republicanos devem manter a maioria conquistada em 2010, embora possivelmente com margem menor (hoje, tem 242 das 435 vagas).

Porém, se no painel de votação não são esperadas grandes mudanças, na mesa de negociações os impasses da atual legislatura podem piorar.

O movimento ultraconservador Tea Party, que após 2010 capturou a agenda da Câmara, pode repetir o feito no Senado mesmo sem ter maioria, após conservadores moderados perderem lugar na cédula para os radicais.

O Congresso continuaria a girar em falso, como nos últimos dois anos, quando levou agências de classificação de risco a reduzirem a antes inabalável nota americana diante de um impasse para aumentar o limite de endividamento do país, promover cortes e evitar um calote.

O custo seria altíssimo para o presidente, seja ele o democrata Barack Obama ou o republicano Mitt Romney.

"Os EUA estão em um rumo insustentável para um abismo fiscal que pode produzir outra recessão se o Congresso não agir antes do fim do ano. Minha expectativa é que façam pequenas mudanças e adiem a decisão para 2013, e o que acontecerá então dependerá muito de quem for eleito", disse à Folha Isabel Sawhill, uma especialista em Orçamento no centro de estudos Brookings.

"Mas ninguém acredita que os dois partidos chegarão facilmente a um meio-termo."

DIVERSIDADE

Outra diferença da próxima Legislatura deve ser a diversidade. Na atual, apenas 17% dos membros da Câmara e 4% do Senado pertencem a minorias étnicas. As mulheres -53% do eleitorado- são só 17% de ambas as casas.

Neste ano, porém, as estrelas eleitorais incluem uma professora de direito de Harvard vinda de uma família de classe média baixa branca, uma jovem prefeita negra e mórmon; um filho de cubanos ligado ao Tea Party; um jovem neto de mexicanos democrata e até um novo Kennedy.

Concorrendo ao Senado por Massachusetts, Elizabeth Warren, 63, é o novo ídolo da esquerda, tendo desenhado a agência de proteção ao consumidor criada por Obama e começado a trabalhar aos 13 anos. Como garçonete.

Sua eleição é citada por vários observadores como a mais importante, depois da presidencial -após meses empatada com o atual dono da cadeira que já foi de Teddy Kennedy, o republicano Scott Brown, ela lidera as pesquisas.

Seu contraponto é Ted Cruz, 41, um ultraconservador que serviu como procurador-geral do Texas e é tratado como a nova estrela do Tea Party. Filho de imigrantes cubanos e formado em Princeton e Harvard, Cruz está 17 pontos à frente do oponente.

Outra estrela republicana é Mia Love, 36. Nascida em NY, filha de haitianos, é prefeita da cidadezinha de Saratoga Springs, em Utah, e tem como plataforma os cortes no Orçamento e a defesa ao porte de armas. Na convenção republicana, foi exaltada como raro exemplo de diversidade no partido (jovem, mulher, negra e, como Romney, mórmon).

Se a vitória que as pesquisas prenunciam for confirmada, Love deve ter como colega o democrata Joaquín Castro, deputado estadual pelo Texas. Neto de mexicanos, Castro, 38, é irmão gêmeo de Julián Castro, prefeito de San Antonio.

A eles deve se somar um sobrenome mais tradicional: como indica a indisfarçável cabeleira arruivada, Joe Kennedy 3º é neto do senador Robert Kennedy e sobrinho-neto do presidente John F. Kennedy.

Nascido em 1980, todavia, o advogado de Brookline (Massachusetts) só conheceu o tio-avô mais novo, Teddy.


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