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Após revés, governo chileno inicia reforma

Presidente Piñera troca ministros para minimizar efeitos da derrota da coligação de centro-direita na eleição municipal

No pleito, com quase 60% de abstenção, a coalizão de centro-esquerda Concertação retomou poder regional

Mario Ruiz - 5.nov.2012/Efe
O novo ministro da Defesa, Rodrigo Hinzpeter, cumprimenta o presidente Piñera em cerimônia no Palácio La Moneda
O novo ministro da Defesa, Rodrigo Hinzpeter, cumprimenta o presidente Piñera em cerimônia no Palácio La Moneda
SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

O presidente chileno Sebastián Piñera deu início a uma reforma ministerial para tentar conter os efeitos negativos do mau resultado obtido por sua coligação de centro-direita nas eleições municipais do último dia 28.

No pleito, a Aliança sofreu uma dura derrota (leia quadro) e assistiu à retomada do poder regional por parte da Concertação, coalizão de centro-esquerda que comandou o Chile por 20 anos após o fim da ditadura Pinochet.

Além disso, houve abstenção de quase 60% -o voto não é obrigatório no Chile.

O resultado afeta os planos da Aliança de manter-se no poder após as eleições de novembro de 2013. Segundo a Constituição, Piñera não pode concorrer a um novo mandato, mas a coligação tem esperanças de ficar no poder, ainda que com outro nome.

Diante desse quadro, Piñera anunciou mudanças em seu gabinete ministerial. O ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter, assumiu a pasta da Defesa, deixando seu lugar ao ex-porta-voz de Piñera, Andrés Chadwick.

Potenciais candidatos do governo no pleito presidencial, deixaram seus cargos Laurence Golborne (Obras Públicas) e Andrés Allamand (Defesa). Golborne é conhecido por seu papel protagonista durante o resgate dos 33 mineiros aprisionados debaixo da terra em 2010.

Segundo analistas ouvidos pela Folha, a crise política que vive o país tem a ver com o desgaste do presidente ao não conseguir administrar situações difíceis.

"Piñera não soube capitalizar os bons resultados econômicos [o Chile crescerá entre 4% e 5% neste ano] e cometeu muitos erros de gestão. A população está demonstrando um repúdio à sua maneira de administrar", diz Fernando García Naddaf, professor de ciência política da Universidade Diego Portales.

"O presidente enfrentou a pior oposição possível, que foi sua desqualificação na comparação com os anos dourados de Bachelet por parte dos que sonham com seu retorno desde o Olimpo nova-iorquino", disse o colunista do "La Tercera" e advogado Marcelo Brunet.

Entre os equívocos cometidos por Piñera apontados pelos analistas está o modo como lidou com as manifestações estudantis por reformas no sistema educacional e as marchas de cidadãos. "Ele não soube ouvir e respondeu de forma agressiva. Seu governo fez os chilenos duvidarem das instituições, que costumavam ser uma tradição e um orgulho para o Chile", diz Naddaf.

Nesse quadro, a volta da Concertação e da ex-presidente Michelle Bachelet é um cenário cada vez mais possível.

"É um triunfo do bacheletismo", afirmou Carolina Tohá, prefeita eleita de Santiago, ao comemorar sua vitória no último domingo.

Tohá, que foi ministra de Bachelet, derrotou o conservador Pablo Zalaquett.

A eleição marcou, ainda, a queda de outras lideranças históricas da direita. Caso do coronel aposentado Cristián Labbé, prefeito de Providencia por 16 anos, defensor aberto de Augusto Pinochet.

Em Ñuñoa, o direitista Pedro Sabat havia perdido para Maya Fernández, neta do presidente Salvador Allende, destituído pelo golpe de 1973, por apenas 18 votos, mas solicitou recontagem. O Tribunal Eleitoral aceitou o pedido e não há previsão para um resultado definitivo.


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