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Em meio a protestos, Grécia aprova cortes

Parlamento decide por pequena margem a favor de pacote de redução de gastos; protestos foram marcados por confrontos

Grevistas tentavam pressionar o Parlamento a vetar o plano, que era exigência da "troica" para liberar empréstimo

RODRIGO RUSSO DE LONDRES

Mesmo sob intensos protestos, os parlamentares gregos aprovaram, por 153 votos a 128, um pacote de € 13,5 bilhões de cortes de gastos e aumento de impostos nos próximos dois anos, além de reformas estruturais.

As medidas foram exigidas pela "troica" de credores internacionais (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional) como condição para liberar a segunda parcela de ajuda ao país, de € 31 bilhões, acertado no início do ano.

Em votação tensa, houve 18 abstenções e uma falta. Sete membros da Nova Democracia, partido do premiê, Antonis Samaras, foram expulsos por boicotarem o pacote.

GRÉCIA EM CHAMAS

Os dois principais sindicatos do país haviam convocado dois dias de greve geral para pressionar contra a aprovação. Após um primeiro dia pacífico, a Grécia registrou ontem confrontos entre manifestantes e policiais.

Cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas de Atenas para protestar contra as medidas adicionais de austeridade que deveriam ser votadas no fim da noite de ontem pelos parlamentares do país.

Como em manifestações anteriores, pequenos grupos jogaram pedras e coquetéis molotov contra policiais na região da praça Syntagma, em frente ao Parlamento -prédio que queriam invadir.

A polícia revidou com bombas de gás lacrimogêneo e com fortes jatos de água. Segundo agências de notícias, era possível ver fumaça e pequenos focos de incêndio no centro da cidade.

O público que compareceu ao protesto portava faixas com dizeres como "Ponham fim a esse desastre" e criticava os parlamentares.

Este é o segundo pacote de resgate financeiro à Grécia desde que a crise começou.

Sem esses recursos, o governo precisaria declarar a moratória de sua dívida, o que aumenta a chance de uma saída forçada do país da zona do euro.

Antes da votação, Samaras afirmou aos 300 parlamentares da Grécia que "diversas das medidas são reformas estruturais que deveriam ter sido implementadas há anos, e outras, como em salários e em aposentadorias, são cortes, injustos, mas parte de um compromisso que agora precisamos cumprir".

GREVE INTERNA

Durante discussões parlamentares sobre as medidas, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, teve de ouvir pedidos para que se demitisse e para que voltasse atrás em uma das propostas, que previa a redução salarial de funcionários do Parlamento.

Assim que notaram a medida, empregados declararam adesão à greve e causaram confusão na sessão parlamentar, que teve de ser paralisada e que viu representantes da oposição abandonando o recinto em protesto.

O governo, temendo não haver votação por falta de funcionários, retirou a proposta de corte de salários, e os debates foram reiniciados.

O governo grego é formado por uma instável coalizão de três partidos: a Nova Democracia, do premiê Samaris, a Esquerda Democrática e o Pasok (socialista) -parlamentares desses dois últimos também se mostraram contrários às novas medidas de austeridade.

Alexis Tsipras, chefe do Syriza (Coalizão da Esquerda Radical), principal partido de oposição na Grécia, afirmou que o primeiro-ministro lida de maneira equivocada com a crise: "O governo nos apresenta uma proposta que é inconstitucional, sabendo que ela será revista pelas cortes".

Com agências de notícias.


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