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Primeiro desafio pós-reeleição é lidar com 'abismo fiscal'

Presidente precisará de consenso com a oposição para, em dois meses, bater o martelo sobre isenções e cortes

Se tiver sucesso, Obama pode abrir caminho para outros programas paralisados, como a reforma imigratória

RAUL JUSTE LORES ENVIADO ESPECIAL A BOSTON

Ao retornar a Washington ontem mesmo, o presidente Barack Obama encurtou a comemoração e o descanso pós-reeleição. Entre os múltiplos problemas na mesa, um tem menos de dois meses para ser resolvido.

Apelidado de "abismo fiscal", tem data para acontecer: 1º de janeiro de 2013, quando expiram isenções fiscais e cortes de gastos, muitos aprovados ainda na gestão Bush.

Apesar de reduzir o deficit público em mais de US$ 600 bilhões (R$ 1,2 tri), o corte de gastos e o aumento de impostos podem abater a frágil recuperação da economia e aumentar o desemprego.

Segundo o Escritório de Orçamento do Congresso, apartidário, o abismo fiscal pode tirar um ponto percentual do crescimento do PIB em 2013 (estimado em já magros 2%), e aumentar em um ponto percentual o desemprego (hoje em 7,9%).

Entre os efeitos do fim da validade dessas medidas aprovadas por Bush e já renovadas uma vez por Obama, é o aumento em 2% no imposto da maioria dos trabalhadores. E fim de isenções fiscais para empresas e microempresas em muitas áreas.

Como a oposição republicana reteve a maioria na Câmara dos Deputados, Obama precisará negociar um inédito consenso.

Mas as discordâncias são estridentes. Desde 2011, os republicanos exigem cortes em programas sociais, como o plano de saúde Medicare, reformado por Obama, como receita para reduzir o deficit, o que o governo democrata se nega a fazer.

Já Obama quer aumentar imposto aos mais ricos, e os republicanos dizem não tolerar mais taxas.

Na terça à noite, quando já estava claro que Obama tinha sido reeleito, mas que os republicanos continuariam com maioria na Câmara, o presidente da Casa, o republicano John Boehner, disse em Washington que "o povo americano deixou claro que não se votou para permitir aumento de impostos".

Democratas e republicanos não conseguem chegar a um acordo em como criar um roteiro que reduza a médio e curto prazo o endividamento americano, atualmente em quase US$ 16 trilhões (R$ 32 tri), pouco mais que o próprio PIB americano.

Se tiver sucesso na negociação, Obama pode abrir caminho para outros programas paralisados durante seu primeiro mandato, como a reforma imigratória, investimentos em educação e indústria e políticas para a mudança climática.

Ainda no segundo mandato, ele poderá indicar ao menos um novo juiz para a Corte Suprema.

A economia já começa a dar sinais de reanimação, mas o desemprego ainda preocupa.

Apesar de uma redução recente -pela primeira vez abaixo de 8% desde 2009-, o presidente precisa obter resultados com programas de estímulo, especialmente nas regiões manufatureiras.

Nas Bolsas, o que se viu foi desconfiança após a reeleição. O índice Dow Jones teve uma desvalorização de 2,36% atingindo 12.933 pontos, sua maior queda diária em 2012.


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