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Eleições Americanas

Republicanos abrem corrida para 2016

Senador Marco Rubio, de origem cubana e com base na Flórida, vai nesta semana a Iowa, Estado que inaugura primárias

Partido precisa moldar discurso para obter apoio de um eleitorado com perfil mais jovem, feminino, latino e negro

LUCIANA COELHO DE WASHINGTON

Enquanto os republicanos recolhem os cacos da derrota de terça, ativistas e comentaristas conservadores exortam o partido a rever seus valores com vista a renovação e -palavra de ordem ante o risco de extinção sob a revolução demográfica- inclusão.

Isso indica que a corrida de 2016 à Casa Branca começou.

Para vencê-la, alertam esses observadores, o partido deve moldar seu discurso para um eleitorado mais latino, feminino, jovem, negro e preocupado com valores diversos -a exata coalizão que levou Barack Obama ao poder e, segundo bocas de urna, está fugindo dos republicanos.

O primeiro a entender a questão foi o senador pela Flórida Marco Rubio, 41, filho de cubano-americanos.

Não tinham passado nem duas horas depois que Mitt Romney admitira a derrota e Rubio já postava no Facebook: "O movimento conservador deve apelar sobretudo a pessoas em comunidades estrangeiras e imigrantes que tentam vencer na vida".

Para quem tem dúvidas do que significa a mensagem, o senador anunciou que visitará Iowa nesta semana. O Estado abre o calendário eleitoral dos EUA com a primeira primária partidária de 2016.

Outra candidata é a governadora do Novo México, Susana Martinez. Popular e articulada em inglês e espanhol, ela se destacou na convenção republicana. Como Rubio, apoia a reforma imigratória que o partido rejeita.

O verborrágico governador de Nova Jersey, Chris Christie, perdeu pontos na cúpula partidária ao elogiar efusivamente Obama na operação pós-furacão Sandy. Mas ganhou com o eleitor desalentado ao pairar acima do partidarismo na hora da crise.

Bobby Jindal, o governador da Louisiana filho de indianos e dono de discurso compassivo, também ganha fôlego. Mais radicais, Paul Ryan e Sarah Palin, ex-candidatos a vice, são nomes naturais, mas seu apelo míngua.

"Somos um país de centro-direita, mas o Partido Republicano terá de ponderar o que isso significa", escreveu a conservadora Peggy Noonan no "Wall Street Journal".

"Já foi notado que as políticas econômicas de Romney refletiam preocupações de sua base de doadores. São essas as preocupações da classe média e do operariado? Aparentemente, a classe média acha que não", resumiu.

Seu colega colunista e correligionário David Brooks, do "New York Times", evocou uma pesquisa do centro Pew para lembrar que as comunidades latina e asiática são mais empreendedoras do que o eleitorado branco -algo prezado pelos republicanos.

"Mas eles apreciam a ação do governo. Quando Romney fala sobre governo grande versus pequeno, eles apenas pensam: os republicanos não entendem gente como eu."

O vice-presidente do centro conservador American Enterprise Institute, Henry Olsen, pediu aos republicanos: "Apoiem a regularização de filhos de imigrantes trazidos na infância. Troquem a expressão 'valores judaicos-cristãos' por uma que inclua americanos que não louvam um deus ocidental (a maioria dos asiáticos) ou não louvam deus nenhum (um quinto dos que têm até 25 anos)".

"Falem menos de quanto cortaremos e mais do que faremos com os programas que apoiamos. E não dividam os americanos entre os que fazem e os que se aproveitam."


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