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Após suicídios, despejos são suspensos na Espanha

Em caso de "extrema necessidade", inadimplentes não perderão moradia

Decisão anunciada ontem pela Associação dos Bancos valerá por dois anos e ocorre após pressão popular

DE LONDRES

A associação de bancos da Espanha anunciou ontem, após intensa pressão popular, que não vai promover despejos por inadimplência no pagamento de hipotecas pelos próximos dois anos, em casos com circunstâncias de "extrema necessidade".

Em comunicado, a associação cita "razões humanitárias e o marco de sua política de responsabilidade social" para tomar essa medida, que não terá caráter retroativo.

Os bancos também argumentaram que "o conteúdo desse compromisso havia sido objeto de um debate intenso e profundo das instituições associadas para contribuir para a situação de desamparo de muitas pessoas, devido à crise econômica".

Segundo o jornal "El País", cerca de 172 mil processos relativos a hipotecas foram executados na Espanha desde 2008, e há outros 178 mil ainda em curso.

O jornal afirma que, para casos pendentes, um acordo poderia interromper o processo judicial.

A pressão para uma mudança nas regras relativas aos despejos ganhou força nas duas últimas semanas, quando duas pessoas se suicidaram por perderem suas casas após inadimplência no pagamento de hipotecas.

Manifestações contra os despejos foram promovidas no país. Despejados chegaram a acampar diante da sede do Bankia, um banco nacionalizado pelo governo, em Madri, e o tema ganhou maior atenção da imprensa local.

REGRAS DURAS

O mercado de crédito hipotecário na Espanha hoje é de cerca de € 650 bilhões, e as regras atuais são bastante restritivas. Em caso de inadimplência, a devolução do imóvel financiado não elimina a dívida.

Em março deste ano, o governo do premiê Mariano Rajoy havia aprovado um código de boa conduta para instituições financeiras, uma tentativa de lidar com os quase 400 mil despejos desde o início da crise no país.

Ontem, o conservador PP de Rajoy e a oposição do Partido Socialista (PSOE) negociavam uma posição comum sobre o tema dos despejos e uma futura mudança na lei, considerada uma das mais rígidas do Ocidente, mais dura que a dos EUA.

"Que nenhuma família de boa fé fique sem casa por causa da crise", disse o ministro da Economia, Luis de Guindos. (RODRIGO RUSSO)


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