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Zona do euro tem 1ª recessão desde 2009

PIB dos 17 países do bloco registra queda de 0,1% entre julho e setembro, na segunda retração consecutiva no ano

Neste cenário, começa hoje a Cúpula Ibero-americana na Espanha; Dilma pretende criticar medidas de austeridade

CLÓVIS ROSSI ENVIADO ESPECIAL A CÁDIZ, ESPANHA

A 22ª Cúpula Ibero-americana começa hoje com o pedaço americano da comunidade queixando-se amargamente da letargia de seus parceiros ibéricos, ainda mais agora que a Comissão Europeia confirmou oficialmente que a zona do euro entrou de novo em recessão.

Os 17 países que usam o euro retrocederam 0,1% no terceiro trimestre do ano, na comparação com o trimestre anterior, no qual já haviam recuado 0,2%.

Dois trimestres consecutivos de queda caracterizam tecnicamente a recessão.

Tecnicalidade à parte, a anemia econômica da Europa marcou todo o ano, já que, no primeiro trimestre, o crescimento fora zero.

A anemia, de resto, afeta todos os 27 países da União Europeia e não só os 17 da zona do euro. Os 27 cresceram apenas 0,1% no terceiro trimestre, depois de crescimento zero no primeiro e retrocesso de 0,2% no segundo.

A situação é ainda mais precária nos dois países da Península Ibérica que participam da cúpula.

A Espanha retrocedeu 0,4% no terceiro trimestre e, pior ainda, 1,6% se a comparação é com idêntico período de 2011. Portugal anunciou anteontem um recuo de 3,4% na comparação com o terceiro trimestre de 2011.

Diante desses números, o melhor resumo para a cúpula de hoje e amanhã é feito pelo coordenador brasileiro do encontro, o embaixador Santiago Mourão: "A América Latina é parte da solução, não mais parte do problema".

Frase que se torna ainda mais significativa quando se recorda que, ao ser lançada pelo rei da Espanha -nos anos 90- a ideia das cúpulas, o Sul patinava em crise.

CONFORTÁVEL

O Brasil, por exemplo, vivia a era Collor, um desastre econômico, político e institucional.

Este ano, ao contrário, a Cepal (Comissão Econômica para a América Latina) prevê crescimento regional de 3,2%, um número confortável na comparação com o mundo desenvolvido. Mais confortável ainda serão os 4% esperados para 2013.

Além de Europa, os indicadores de Estados Unidos e Japão são igualmente débeis, muito débeis no caso do país asiático, que retrocedeu 0,9% no terceiro trimestre.

Os Estados Unidos cresceram, é verdade, mas apenas 0,5%, um índice de todo modo sólido na comparação com a letárgica Europa.

Todos esses números dão base para a queixa que a presidente Dilma Rousseff pretende fazer amanhã, durante o almoço/retiro com seus pares da comunidade iberoamericana.

Dirá que a austeridade, se adotada como política única como o faz a Europa, é contraproducente e, além disso, prejudica os países latino-americanos que tem na União Europeia um de seus principais parceiros, em muitos casos o principal.

COMUNIDADE

De todo modo, a crise econômica e as receitas para enfrentá-la não figurarão no comunicado final.

Como se trata de um tema delicado, o foco da cúpula é tentar criar as bases que transformem em uma verdadeira comunidade o espaço ibero-americano.

Para essa intenção, a América Latina continua sendo parte da solução: afinal, mais da metade dos lucros das grandes multinacionais espanholas, por exemplo, tem vindo da América Latina.


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