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Israel destrói sede do governo em Gaza; Egito tenta um cessar-fogo

Governo israelense coloca 75 mil reservistas de sobreaviso para possível operação por terra

Ao menos 42 palestinos e três israelenses morreram desde o início da ofensiva, na última quarta-feira

MARCELO NINIO DE JERUSALÉM

A aviação israelense ampliou ontem sua ofensiva na faixa de Gaza com ataques ao quartel-general do grupo islâmico Hamas, em meio aos esforços do Egito para obter um cessar-fogo.

Entre os prédios destruídos por Israel, está o escritório do primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, onde ele recebera na sexta-feira o premiê egípcio, Hisham Qandil.

Ao menos 42 palestinos e três israelenses morreram desde o início da ofensiva, na quarta. Israel colocou 75 mil reservistas de sobreaviso para possível ação terrestre.

Na noite de ontem, o presidente do Egito, Mohamed Mursi, disse que seu governo estava em contato com israelenses e palestinos e que um cessar-fogo poderia ser declarado "em breve".

O governo israelense admitiu que havia negociações em curso sob mediação dos egípcios. O premiê, Binyamin Netanyahu, teria dito a líderes estrangeiros estar pronto para um cessar-fogo se o Hamas concordasse em parar com os lançamentos de foguetes, segundo o jornal "Haaretz".

De acordo com a imprensa israelense, a condição do Hamas é que Israel se comprometa a suspender as execuções de líderes do grupo no futuro. O governo israelense, segundo os relatos, rejeitou.

Ontem, o chanceler israelense, Avigdor Lieberman, subiu o tom das declarações e disse que, se entrar em Gaza, o Exército "tem que ir até o fim". Já o ministro do Interior, Eli Yishai, afirmou, segundo a imprensa israelense, que a operação visa "mandar Gaza de volta à Idade Média".

Gaza viveu o quarto dia de forte bombardeio, que deixou as ruas desertas e o comércio fechado, sob o impacto frequente dos mísseis. O Exército israelense disse que mais de 200 alvos foram atacados, incluindo túneis usados para contrabando na fronteira egípcia, depósitos de armas e 120 lançadores de foguetes.

Batizada em hebraico de "Coluna de Nuvem", nome inspirado em passagem do Antigo Testamento, a ofensiva de Israel é a maior em Gaza desde a guerra de 2008-09, que durou 22 dias e terminou com 1.300 palestinos e 13 israelenses mortos.

O objetivo da operação é atingir a capacidade militar do Hamas e restaurar a paz no sul do país, que, nas últimas semanas, foi atingida por centenas de foguetes, sustenta o governo de Israel.

Já o Hamas e outros grupos islâmicos prometeram continuar a responder com foguetes à "agressão sionista". Ontem, o sul de Israel continuou sob o fogo da artilharia disparada a partir de Gaza.

Mais de 200 projéteis foram disparados em poucas horas. Um deles deixou cinco feridos ao atingir uma área residencial da cidade de Ashdod.

Embora Israel diga que seus ataques à infraestrutura do Hamas são "cirúrgicos", metade dos mortos em Gaza é de civis, incluindo oito crianças e uma grávida, segundo o grupo.

O Hamas voltou a mirar Tel Aviv, onde soou o alerta para proteção. Mas o foguete foi interceptado por Israel.

Nos últimos dias, Tel Aviv e Jerusalém foram alvo de ataques pela primeira vez em décadas, levando o Hamas a comemorar a mudança no equilíbrio estratégico a seu favor.

Desde o início da ofensiva, militantes palestinos já lançaram mais de 400 foguetes contra Israel, só 27 atingiram áreas urbanas. O sistema Domo de Ferro interceptou 240.


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