Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Obama pede a Mianmar passo à frente

Presidente reúne-se com chefe do governo e com líder oposicionista e reitera apoio dos EUA a reformas democráticas

Visita é a primeira de mandatário dos EUA ao país, antes visto como pária; roteiro asiático também inclui Camboja

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Recebido com festa por dezenas de milhares de pessoas, o presidente dos EUA, Barack Obama, pediu a Mianmar um passo à frente no rumo da democracia, na primeira visita de um ocupante da Casa Branca ao país asiático.

Antes considerada uma nação pária pelos países ocidentais, Mianmar (antiga Birmânia) vem empreendendo reformas democráticas desde 2010, depois de quase 50 anos de ditadura militar.

Em Yangun -antiga capital e maior cidade birmanesa, onde a multidão que o esperava agitava bandeiras dos EUA e do país-, Obama se reuniu com o presidente Thein Sein e com a líder oposicionista Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz em 1991, libertada em 2010 e recentemente eleita para o Parlamento.

Também discursou na Universidade de Yangun, considerada um centro histórico de oposição aos militares.

"Dividi com o presidente a nossa crença de que o processo de reforma que ele vem implementando levará o país para a frente", disse Obama a jornalistas, ao lado de Sein.

"Reconheço que são só os primeiros passos de uma longa jornada, mas acreditamos que reformas democráticas e econômicas em Mianmar podem resultar em grandes chances de desenvolvimento", completou o presidente.

As declarações de Obama chamaram a atenção pelo uso do nome "Mianmar", adotado na ditadura e preferido pelo atual governo, em vez de "Birmânia", mais frequentemente empregado pelos EUA e por ativistas de oposição.

Ao se encontrar com Suu Kyi na casa em que ela passou a maior parte de seu período de prisão domiciliar, o presidente americano referiu-se ao país como Birmânia.

A líder oposicionista agradeceu a Obama por seu apoio às reformas, mas advertiu que a fase mais difícil é "quando acreditamos que o sucesso está próximo". "Temos de ter muita cautela para não nos deixarmos enganar por uma miragem de sucesso", disse.

Grupos de defesa dos direitos humanos criticaram a visita do presidente, por considerarem que a transição democrática em Mianmar não está completa. Em resposta, Obama disse que a viagem significava reconhecimento dos progressos, mas não apoio ao governo birmanês.

Para coincidir com a visita de Obama, Mianmar libertou 66 prisioneiros, 44 dos quais eram -segundo ativistas- presos políticos. As prisões políticas não são reconhecidas oficialmente pelo regime.

Especialistas avaliam que a visita do presidente ao sul da Ásia, menos de duas semanas após se reeleger, é um indicativo da importância que os EUA conferem à região e da necessidade de se contrapor à influência da China.

CAMBOJA

Depois de Mianmar, Obama foi ao Camboja -ex-ditadura comunista que também não fora visitada por nenhum presidente dos EUA. Segundo a Casa Branca, ele exortou o premiê Hun Sen a promover eleições "livres e justas" e a libertar presos políticos.

Em resposta, Hun Sen classificou de "exageradas" as preocupações com os direitos humanos no país e voltou a pedir que os EUA perdoassem ao menos parte da dívida cambojana, estimada atualmente em US$ 370 milhões.

Na chefia do governo desde 1985, o primeiro-ministro consolidou seu poder por meio de um golpe, em 1997.

A ONG Human Rights Watch avalia que mais de 300 pessoas tenham sido mortas em crimes políticos no Camboja desde que um acordo colocou fim à guerra civil no país, em 1991. Estima-se que a ditadura do Khmer Vermelho, que durou de 1975 a 1979, tenha matado 1,7 milhão.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página