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Após 153 mortes, Gaza tem cessar-fogo

Acordo foi fechado entre Israel e o grupo Hamas, com intermediação do Egito e aval dos EUA; conflito durou 8 dias

Antes do anúncio do acordo, bomba feriu 28 em Tel Aviv; dúvida é se trégua dessa vez será duradoura

Ahmed Zakot/Reuters
Palestinos em Gaza atiram para o alto para comemorar a trégua com Israel; dois lados se disseram vencedores após acordo mediado por governo egípcio
Palestinos em Gaza atiram para o alto para comemorar a trégua com Israel; dois lados se disseram vencedores após acordo mediado por governo egípcio
MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL A GAZA

Após oito dias de hostilidades que deixaram 153 mortos, Israel e o grupo palestino islâmico Hamas chegaram ontem a um cessar-fogo, sob a intermediação com a garantia do governo do Egito.

O anúncio foi feito no Cairo pelo chanceler egípcio, Mohamed Amr, e pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, resultado de intensos esforços diplomáticos que duraram dias e envolveram vários países.

Pelo acordo, que entrou em vigor às 21h (17h de Brasília), os dois lados se comprometem a suspender as hostilidades, e Israel deverá aliviar o bloqueio à faixa de Gaza, facilitando o movimento de bens e pessoas.

Segundo a polícia israelense, 12 foguetes foram disparados pelo Hamas na primeira hora após a trégua.

Horas antes, uma bomba explodira num ônibus ferindo 28 pessoas em Tel Aviv, a capital econômica de Israel, gerando temores de uma ampliação da violência.

Em Gaza o cessar-fogo foi precedido de pesados bombardeios israelenses. No maior deles, o principal prédio da administração do Hamas foi arrasado. O saldo de oito dias de confronto foram 148 palestinos e cinco israelenses mortos.

Com a intermediação direta do Egito, a trégua teve envolvimento crucial do governo americano, depois que Hillary visitou Jerusalém e o Cairo para acelerar o acordo.

Hillary manifestou esperança de que o cessar-fogo seja mais que uma solução passageira para as tensões entre Gaza e Israel, que entraram em confronto de larga escala pela segunda vez em menos de quatro anos.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, agradeceu ao Egito e ao presidente dos EUA, Barack Obama, com quem manteve tensa relação nos últimos meses. "Entendo que há cidadãos que esperam uma ação militar mais severa e talvez tenhamos que tomá-la", disse. "Mas, no momento, o melhor para Israel é esgotar essa possibilidade de alcançar um cessar-fogo de longo prazo."

Ele acrescentou que Obama prometeu ajudar na repressão do fornecimento de armas do Irã para Gaza.

Como esperado, ambos os lados cantaram vitória após o cessar-fogo. Segundo nota do Exército israelense, a ofensiva em Gaza alcançou suas metas, "infligindo severo dano ao Hamas".

Entre os alvos atingidos, diz o comunicado, estão centenas de bases de lançamentos de foguetes, além da eliminação do comandante militar do Hamas, Ahmed Jabari, morto no ataque que deflagrou a ofensiva.

Apesar de ter ficado mais de uma semana sob fogo pesado, o grupo islâmico afirmou que a ação israelense "fracassou em seus objetivos" e que as condições impostas pelo Hamas foram atendidas.

"Depois de oito dias, Deus manteve-se ao lado do povo de Gaza e eles foram obrigados a se submeter às condições da resistência", disse Khaled Meshal, líder do Hamas que negociou o acordo.

A dúvida agora é se a trégua será duradoura e se o Hamas poderá conter a artilharia de outros grupos radicais de Gaza contra Israel. Para o porta-voz israelense, Mark Regev, a diferença desta vez é a garantia do governo do Egito, que compartilha a doutrina islamita do Hamas.


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