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Território tem festejos e preocupação

DO ENVIADO A GAZA

Faltavam menos de dez minutos para a entrada em vigor da trégua e fortes explosões ainda faziam tremer o centro de Gaza, sob o impacto dos últimos ataques da aviação israelense.

Às 21h em ponto (17h de Brasília), porém, os bombardeios se calaram e teve início uma saraivada de tiros, de palestinos festejando o fim das hostilidades.

As mesquitas passaram a emitir cânticos islâmicos de celebração, famílias distribuíram doces e centenas de carros saíram às ruas num bunizaço, devolvendo a agitação habitual às ruas de Gaza, desertas na última semana.

A maior novidade foram as motos, que haviam praticamente sumido de vista, já que o veículo preferido dos militantes do grupo islâmico Hamas tornara-se alvo dos ataques israelenses.

Reaberta depois de uma semana, a sorveteria Mr. Kazem, a mais popular de Gaza, estava apinhada de gente com bandeiras do Hamas e de outros grupos políticos.

Além da suspensão dos ataques, a festa era motivada pela convicção de que os palestinos saíram ganhando.

"O melhor é que Israel se comprometeu a aliviar o bloqueio a Gaza", disse o pescador Abu Ghazem, 27, com as duas filhas pequenas no colo. Foi uma grande vitória do Hamas".

OPOSIÇÃO

Mas, para os opositores do grupo, que impôs uma ditadura islâmica em Gaza desde que tomou o controle do território, em 2007 após chegar ao poder em eleições um ano antes, a trégua também trouxe preocupações.

"É claro que o Hamas saiu vitorioso, pois consolidou o seu poder", disse o ativista de direitos humanos Khalil Shahin. "Eles ganharam e o povo pagou o preço da vitória com sangue."

No último dia da ofensiva israelense, os moradores do território palestino viveram entre a incerteza sobre onde cairia o próximo míssil israelense e a esperança de que a trégua finalmente pusesse fim à violência.

Sentada no chão de uma escola do centro de Gaza, Fatma al Sultan, 93, tinha o olhar perdido. Ela estava cercada da numerosa família, com a qual abandonou sua casa, no norte de Gaza, depois que Israel lançou panfletos de aviões avisando que iria atacar o local. "Já vivi muitas guerras e sempre que achamos que a situação vai melhorar ela acaba piorando", disse Sultan à Folha.

"Já não espero mais nada para a minha vida, o problema é que também não vejo futuro para os meus netos."


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