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San Francisco aprova proibição de nudismo, e ativistas tiram a roupa
FERNANDA EZABELLA DE LOS ANGELESSan Francisco votou anteontem pela proibição da nudez em praça pública, atividade que virou mania num dos bairros mais turísticos da cidade americana, o Castro.
Manifestantes indignados tiraram suas roupas dentro da prefeitura em protesto à decisão. Policiais tentaram conter os pelados.
Seis legisladores votaram a favor da proibição, e cinco, contra. A proposta passará por uma segunda leitura em duas semanas, e o prefeito precisa assiná-la antes de entrar em efeito, em fevereiro.
A legislação proíbe nudez em lugares públicos, como ruas, transporte e restaurantes, com exceções para praias de nudismo, eventos especiais como a Parada Gay e para menores de cinco anos. Multas variam de US$ 100 a US$ 500.
Scott Wiener, autor da medida e responsável pelo bairro Castro, famoso pelos bares gays, afirmou que a princípio era relutante à ideia, mas acrescentou que a presença de pelados na região deixou de ser algo esporádico e virou um problema que gera mais reclamações do que o metrô ou os sem-teto.
"É sete dias por semana num bairro onde as pessoas moram e trabalham. Eles ficam na esquina [das ruas Market e Castro] exibindo suas genitálias para qualquer um que passe", disse Wiener. "Essa legislação é sobre genitálias. Não quero prender ninguém por mostrar o cofrinho ou usar biquíni."
Em 2011, Wiener criou a lei que exige aos nudistas usar uma toalha antes de sentar em bancos públicos.
Anteontem, enquanto o resultado da votação era lido, meia dúzia de manifestantes dentro da prefeitura começou a tirar a roupa. "O corpo é lindo", disse um homem. "Isto é dizer às pessoas que elas deveriam ter vergonha de ficar peladas", gritou outro.
O grupo foi retirado por policiais. Ninguém foi preso. Do lado de fora da prefeitura, outros pró-nudistas também se reuniram para tirar suas roupas, apesar da temperatura de 15 graus.