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Irritado, juiz usa decisão para rebater Cristina

DE SÃO PAULO

Na decisão do juiz americano Thomas Griesa contra o governo argentino transpareceu um elemento: a irritação do magistrado com a retórica da presidente Cristina Kirchner e de seus auxiliares.

Nas últimas semanas, Cristina e outros governistas repetiram que não pagariam "um dólar" sequer aos credores remanescentes -entre os quais os chamados "fundos abutres", que fazem dinheiro comprando "títulos podres ou em moratória" para logo cobrá-los integralmente em tribunais internacionais.

"A visão desta corte é que as ameaças de desconhecimento [da decisão pelo governo da Argentina] não devem passar despercebidas", escreveu o juiz Griesa.

"Quanto menos tempo dermos à Argentina para planejar meios de evadir, mais segurança teremos de que não haverá evasão", seguiu o juiz.

Griesa pareceu rebater o discurso do governo argentino que considera as decisões de sua corte como injustas e parte da conspiração do mercado internacional contra a Casa Rosada e seu modelo econômico heterodoxo.

"Não se pode considerar injustiça decidir que a Argentina deve pagar o que deve. Depois de dez anos de trâmites nesta corte, essa decisão é justa", defendeu-se.

Ouvido pelo "Financial Times", o advogado Eugenio Bruno, que trabalhou para credores que acabaram aceitando a proposta de renegociação da dívida da Argentina, avaliou que a decisão foi "excepcionalmente dura" e atribuiu a severidade às declarações da Casa Rosada.

DEFESA DO MODELO

Ontem, sem citar a sentença de Griesa, Cristina Kirchner utilizou sua conta no Twiiter para defender sua política econômica ante um mundo desenvolvido mergulhado em crise.

"Vemos nos grandes países desenvolvidos gente que se suicida porque é despejada", escreveu, em referência a casos recentes ocorridos na Espanha.

"Peço a todos os argentinos que tenhamos consciência cabal deste mundo, dos modelos que nos disseram que eram corretos e hoje vemos cair", seguiu. "Nosso compromisso é conseguir a autonomia da Argentina, a soberania que nos permite tomar decisões a favor de todo o nosso povo."


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