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ONU concede à Palestina o status de Estado observador

Resolução teve 138 países favoráveis, incluindo o Brasil, e 9 contrários

Para Israel, decisão desconsidera segurança do Estado judaico e não contribui para o processo de paz

Kathy Willens/Associated Press
O líder palestin oMahmoud Abbas (centro) após a votação
O líder palestin oMahmoud Abbas (centro) após a votação
RAUL JUSTE LORES DE NOVA YORK

A Assembleia-Geral da ONU aprovou ontem a elevação do status da Autoridade Palestina de "entidade observadora" a "Estado observador não-membro" -138 países votaram a favor, 41 se abstiveram e 9 (entre eles, EUA e Israel) foram contra.

É algo simbólico, pelo reconhecimento como Estado, mas a Autoridade Palestina continuará ainda sem direito a voto na ONU.

O Brasil votou a favor da resolução e "felicitou" a Palestina, em nota do Itamaraty.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, afirmou, após a decisão, que a resolução não significa que a organização não se preocupa com a segurança de Israel.

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, e o representante de Israel, Ron Prosor, fizeram discursos agressivos.

"Chegou o momento para o mundo dizer claramente: basta de agressão, de assentamentos, de ocupação", disse Abbas, muito aplaudido.

O representante israelense disse que a resolução tinha apenas um lado, o palestino, e não falava nada sobre a segurança de Israel. Referindo-se a Abbas, disparou: "O senhor não pode visitar nem metade do seu território, Gaza, que é controlado pelo Hamas, uma organização reconhecidamente terrorista".

"Não viemos deslegitimar um Estado estabelecido há tantos anos, que é Israel. Viemos afirmar a legitimidade do Estado que agora precisa conquistar sua independência, a Palestina", disse Abbas.

Mas ele passou a maior parte de seu discurso atacando Israel, dizendo que o país jogou o processo de paz na "terapia intensiva", além de fazer "limpeza étnica" e de cometer crimes de guerra.

Falando logo após Abbas, o representante de Israel afirmou que a resolução deveria "encorajar os palestinos a entrar em negociações diretas sem pré-condições para alcançar uma paz histórica com um Estado palestino desmilitarizado que reconheça o Estado judaico".

"A segurança de Israel deve ser protegida e os palestinos devem reconhecer o direito à existência de Israel. Nenhum desses pontos está presente na resolução a ser votada de hoje. Esta resolução só tem um lado", criticou, pouco antes da votação. Foi bem menos aplaudido que o palestino pela plateia.

Para diplomatas europeus ouvidos pela Folha, além de reforçar o status da Palestina, a decisão de ontem altera uma pendência que sobrevive desde 1947.

Quando a partilha foi feita, previa-se a criação de dois Estados, um judaico e um palestino. Israel foi criado, mas o Estado palestino, não.


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