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Análise

Reunião da Unasul mostra tentativa de superar instituições criadas pelos EUA

NEWTON CARLOS ESPECIAL PARA A FOLHA

A Unasul (União de Nações Sul-Americanas), cujos chefes de governos dos países- membros estão reunidos no Peru, foi criada com o objetivo de sufocar, entre outras coisas, o que resta de mecanismos tidos como heranças da Guerra Fria.

Um dos conselhos da Unasul, o de Defesa, passa por cima do Tiar, o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca, usado pelos EUA para justificar o golpe de 1964 na Guatemala, sob riscos de "ameaça comunista".

Os próprios EUA já estariam agora optando por alianças militares regionais, como deixou claro seu secretário de Defesa, Leon Panetta.

O Tiar ainda está vigente, mas em estado terminal. Foi ignorado pelos próprios Estados Unidos na Guerra das Malvinas. Os americanos ficaram com os ingleses, e não com os argentinos, cobertos pela abrangência do tratado.

Já a Junta Interamericana de Defesa, criada em 1942 para planejar a defesa do continente, teve a autonomia cassada. Ficou subordinada à OEA (Organização dos Estados Americanos), que perde substância com o surgimento de organismos no âmbito da América Latina, como a própria Unasul.

O Tiar e a Junta, ou mesmo a OEA, foram criados sob a mão pesada dos Estados Unidos, que as moldaram de acordo com seus interesses no pós-Segunda Guerra.

Ficou famosa a observação de um historiador inglês de que "a Europa Central é a América Latina da União Soviética".

Outra herança da Guerra Fria no continente é a Escola das Américas.

Hoje rebatizada de Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, ela já foi chamada de escola de ditadores. O general chileno Augusto Pinochet foi seu aluno.

Com a entrega da zona do canal do Panamá aos panamenhos, a escola foi transferida para uma base militar na Geórgia, Estados Unidos.

Em seus 57 anos de existência, treinou cerca de 60 mil soldados latino-americanos em técnicas de contrainsurgência. Um ex-presidente do Panamá condenou a Escola das Américas como "base maior para a desestabilização da América Latina".


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