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Brasil cobra israelense sobre assentamentos

Itamaraty convoca embaixador para demonstrar insatisfação com construção de mais 3.000 casas na Cisjordânia

Medida foi anunciada pelo governo israelense um dia após Palestina obter status de Estado observador na ONU

Jim Hollander/Efe
Israelenses visitam assentamento judaico Maale Adumim, em Jerusalém Oriental; região vai receber novas construções, anunciou o governo do país
Israelenses visitam assentamento judaico Maale Adumim, em Jerusalém Oriental; região vai receber novas construções, anunciou o governo do país
MARCELO NINIO DE JERUSALÉM FLÁVIA FOREQUE DE BRASÍLIA

O Brasil se uniu à pressão diplomática para que o governo de Israel reveja a decisão de ampliar suas colônias em territórios palestinos.

Repetindo o gesto feito um dia antes por países europeus, o Itamaraty convocou ontem o embaixador de Israel em Brasília, Rafael Eldad, para pedir explicações.

As construções foram anunciadas na última sexta-feira, um dia após a votação na ONU que deu à Palestina o status de Estado observador na instituição.

Críticos da medida, Estados Unidos e Israel ficaram entre os nove países que disseram não à medida, aprovada por 138 países.

Diplomatas israelenses disseram à Folha que o tom da reunião convocada pelo Itamaraty foi "amigável".

Segundo eles, o subsecretário-geral do Itamaraty para África e Oriente Médio do Itamaraty, Paulo Cordeiro, manifestou a "preocupação" do governo brasileiro com a ampliação dos assentamentos, mas não ameaçou aplicar sanções, como fizeram alguns países europeus.

A Folha apurou que o Itamaraty afirmou ser um "erro" a iniciativa de Israel e disse que a expansão das colônias é "contraproducente" na busca pela paz na região.

Durante o encontro, o diplomata brasileiro reiterou a posição do país, em fevereiro do ano passado, a favor de resolução do Conselho de Segurança condenando todos os assentamentos israelenses instalados em territórios palestinos ocupados desde 1967. Na ocasião, o texto foi vetado pelos EUA.

O chanceler brasileiro, Antônio Patriota, procurou esfriar a polêmica.

"Faz parte das rotinas do Itamaraty [encontro com diplomatas estrangeiros]. É normal, temos relações amistosas com Israel. Mas também temos posição oficial contrária aos assentamentos", disse.

O Brasil segue o exemplo de sete países europeus -Reino Unido, França, Espanha, Suécia, Dinamarca, Finlândia e Irlanda-, além de Austrália e Egito.

Todos convocaram os embaixadores israelenses em suas capitais para protestar contra os planos do governo de Israel de construir 3.000 novas unidades habitacionais na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

No ritual diplomático internacional, a convocação de um embaixador é um gesto forte de protesto.

A parte mais polêmica do anúncio israelense foi a decisão de desengavetar os planos de construção na área conhecida como E1, ao lado de Maale Adumim, um dos maiores assentamentos judaicos. O projeto é alvo de pressão internacional porque separaria parcialmente o norte do sul da Cisjordânia.

Em carta entregue ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o representante palestino na organização classificou os planos de expansão israelense de "crimes de guerra". O governo de Israel, porém, se mostrou pouco inclinado a voltar atrás.


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