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Para Rice, mundo árabe estável vai demorar

Em evento em São Paulo, ex-secretária de Estado americana descarta tentar Casa Branca

FLÁVIA MARREIRO DE SÃO PAULO

Esperançosa sobre a Primavera Árabe, a ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice diz que vai levar tempo até que os processos de democratização no Oriente Médio e no norte da África se estabilizem.

"Eu sei que parece muito caótico agora, mas há várias áreas nas quais podemos atuar", disse Rice.

"Não podemos perder a esperança. As pessoas viram a liberdade, mas agora precisamos ajudá-los a transformar essa liberdade em instituições democráticas. Isso é o que a democracia é: é institucionalizar os direitos. E isso leva tempo", seguiu ela ontem em São Paulo.

Rice participou do "Women in the World" (Mulheres no Mundo), evento sobre ativismo feminino promovido, entre outros, pela editora americana Tina Brown e o publicitário Nizan Guanaes.

A ex-secretária de Estado citou como exemplo positivo do desenrolar pós-Primavera Árabe as recentes manifestações contra os decretos assinados pelo presidente Mohamed Mursi que lhe conferiam poderes inquestionáveis pela Justiça.

"Quando Mursi fez o movimento para concentrar mais poder, as pessoas foram para as ruas. A Irmandade Muçulmana aprendeu que talvez não fosse um caminho fácil para obter poderes ditatoriais", afirmou.

Integrante do governo George W. Bush entre 2005 e 2009, foi menos esperançosa ao falar da Síria e disse que as potências ocidentais permitem que a guerra civil se prolongue.

"É uma situação perigosa. Temo que tenhamos esperados demais para intervir. Não digo intervir militarmente, eu falo de ajudar a oposição a se unir e a armar-se."

A ex-secretária de Estado foi entrevistada por Brown, que a questionou sobre a infância sobre sua atuação no mundo "macho alfa" da administração Bush.

Rice respondeu que sua historia de superação só foi possível pela fé da sua família no papel da educação.

Disse que o Brasil e os EUA têm o desafio similar de "mobilizar todo o capital humano" multicultural e de todas as classes sociais.

Estrela do Partido Republicano, Rice citou dois pilares importantes para a legenda: disse que os EUA permanecerão por muito tempo como o país mais poderoso do mundo e defendeu que a exportação da "agenda da liberdade" americana é uma ótima ferramenta para ajudar na emancipação das mulheres.

Mulher e negra -dois públicos onde os republicanos precisam recuperar terreno eleitoral nos EUA-, a ex-secretária de Estado, no entanto, voltou a negar que tenha intenção de ser candidata à Presidência dos EUA em 2016.

"Eu amo política pública, e não política. Mas nós teremos uma mulher presidente. É só uma questão de tempo."


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