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Conflito no Cairo deixa mais de 100 feridos

Apoiadores do presidente egípcio e oposicionistas se enfrentam no 2º dia de violência diante do palácio presidencial

Governo promete que negociará emendas a Constituição polêmica; oposição culpa medidas de Mursi pela violência

Mahmoud Khaled/AFP
Membros da Irmandade Muçulmana, que apoiam o presidente, durante conflito com oposicionistas na rua que leva ao palácio presidencial, no Cairo
Membros da Irmandade Muçulmana, que apoiam o presidente, durante conflito com oposicionistas na rua que leva ao palácio presidencial, no Cairo
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

No segundo dia de conflitos diante do palácio presidencial do Egito, no Cairo, islamitas apoiadores do presidente Mohamed Mursi e manifestantes de oposição se enfrentaram com paus, pedras e bombas incendiárias.

A informação oficial do Ministério da Saúde registrou 126 feridos, mas a agência Reuters, citando fontes médicas, falou em 33. Pelo menos 32 pessoas foram presas.

Informação divulgada pela rede CNN, mas não confirmada pelo governo, dizia que ao menos duas pessoas teriam morrido no confronto. Segundo a Reuters, dois islamitas foram feridos nas pernas, aparentemente a bala.

Ainda ontem, três assessores do presidente pediram demissão em razão da crise, elevando para seis o número de pessoas que saíram do governo desde que Mursi, por decreto, se concedeu superpoderes -sobretudo o de suas decisões não poderem ser contestadas pelo Judiciário.

Anteontem, um protesto contra os superpoderes do presidente e a aprovação sumária do projeto de uma nova Constituição com forte influência de preceitos islâmicos chegou a romper o cordão de isolamento do palácio, mas foi contido pela polícia.

Ontem, integrantes da Irmandade Muçulmana -grupo do presidente- dirigiram-se ao palácio para uma "contramanifestação" de apoio a ele. O conflito começou, segundo testemunhas, quando eles encontraram oposicionistas acampados no local.

"Eles bateram em nós e destruíram as nossas tendas. Está feliz, Mursi?", indagou Haitham Ahmed, um dos manifestantes. Uma organização esquerdista acusou islamitas de deceparem a orelha de um dos seus integrantes.

Além da capital, houve tumulto em cidades como Ismailia e Suez, onde, segundo relatos, escritórios da Irmandade foram incendiados.

O Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, um dos líderes oposicionistas, culpou o governo pelos distúrbios: "O presidente Mursi é completamente responsável pela violência. Estamos prontos a dialogar, mas só se o decreto constitucional for anulado".

PEDIDOS DE CALMA

O governo egípcio tentou acalmar os ânimos com promessas aos oposicionistas.

O vice-presidente Mahmoud Mekky disse que os artigos mais controversos da nova Carta podem receber emendas negociadas com a oposição -mas só depois do referendo para aprovar a Constituição, marcado para 15 de dezembro. "É preciso haver consenso", afirmou ele.

Entre os pontos polêmicos da Carta, além das referências à lei islâmica, estão a manutenção de poderes dos militares e a inexistência de garantias específicas dos direitos das mulheres. Os oposicionistas também querem que o referendo seja adiado.

Mekky pediu calma aos dois lados, dizendo que a violência punha o Egito em "perigo real". O pedido foi repetido pelo primeiro-ministro egípcio, Hisham Kandil, e pela secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que defendeu o "diálogo" em torno da nova Constituição.


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