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Reino Unido cresce menos em 2012 que o esperado
Governo estenderá até 2018 cortes e impostos
A economia do Reino Unido teve um desempenho pior do que o esperado neste ano. O anúncio foi feito pelo ministro das Finanças, George Osborne, durante uma sessão no Parlamento britânico.
A previsão atual é que o país feche 2012 com uma contração de 0,1% do PIB (Produto Interno Bruto). Em março, a expectativa era de que o Reino Unido crescesse 0,8%.
A revisão para baixo se repete nas previsões dos próximos quatro anos. Agora, estima-se que a economia do país crescerá apenas 1,2% em 2013, 2% em 2014, 2,3% em 2015 e 2,7% em 2016. As últimas estimativas eram de 2%, 2,7%, 3% e 3%, respectivamente.
Diante desse novo cenário, Osborne anunciou a extensão, até 2018, das medidas de austeridade do governo. Antes, a previsão era de que os cortes de gastos e o aumento de impostos fossem mantidos até 2015.
Apesar do desempenho ruim, o ministro afirmou que o Reino Unido está num "bom caminho".
Segundo ele, a economia britânica está se "recuperando mais rapidamente que as de seus vizinhos" apesar dos "problemas profundamente arraigados tanto dentro do país como no exterior".
O Reino Unido não faz parte da zona do euro, mas não conseguiu blindar sua economia da crise que assola o grupo europeu.
"Sabemos que não há curas milagrosas, apenas o duro trabalho de cuidarmos de nosso deficit", disse Osborne, no tradicional "discurso de outono", onde são apresentadas as prioridades econômicas do governo.
Entre as medidas anunciadas por Osborne ontem estão cortes nos orçamentos da maioria dos ministérios, a imposição de limites ao aumento de alguns subsídios e novas medidas para lutar contra a evasão fiscal, que servirão para financiar novas infraestruturas, como rodovias e escolas.
Está previsto, por exemplo, um corte de 4 bilhões de libras (R$ 13,6 bilhões) em políticas de bem-estar.
Osborne ainda anunciou que o governo não conseguirá reduzir a dívida/PIB a partir de 2015/2016 -só no ano seguinte. "Enquanto se prevê que nosso deficit seguirá caindo, nossa dívida deverá levar quatro anos para começar a cair, contra três previstos anteriormente."