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Exército age depois de 7 mortes no Egito, e governo tem deserções

Com tanques e arame farpado, militares protegem palácio do presidente, que perde 2 assessores

Conflito entre islamitas e opositores de Mursi é motivado por disputa quanto à redação da nova Carta do país

Mohamed Abd El Ghany/Reuters
Manifestante anti-Mursi ferido durante embates de quarta-feira, diante do palácio presidencial
Manifestante anti-Mursi ferido durante embates de quarta-feira, diante do palácio presidencial
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Exército do Egito cercou com tanques e arame farpado o palácio presidencial ontem, após a madrugada de protestos violentos no país. Durante os embates iniciados anteontem, pelo menos sete pessoas morreram e cerca de 350 ficaram feridas.

Aprofundando a crise institucional, dois funcionários ligados à Presidência de Mohamed Mursi renunciaram ontem, levando o número de deserções recentes a nove.

Manifestantes contrários ao governo desafiaram a ordem de deixar a área ao redor do palácio, pedindo que seja suspenso o polêmico decreto por meio do qual Mursi se concede amplos poderes.

Protestos também pedem a suspensão do rascunho da nova Constituição do Egito, fortemente influenciada pela sharia, a lei islâmica.

Mursi, membros do gabinete e líderes militares discutiram, em reunião no palácio, o desenrolar da crise. É o maior embate entre apoiadores e detratores do islamita.

Apesar da continuidade das manifestações, membros da Irmandade Muçulmana -partido ao qual é ligado o presidente egípcio- e outros islamitas deixaram a região.

Os embates recentes começaram com a chegada desses militantes ao entorno do palácio, onde entraram em conflito com um grupo grande de manifestantes anti-Mursi que estavam acampados.

A oposição ganhou ímpeto após os decretos de 22 de novembro, que colocaram os atos de Mursi acima de contestações judiciais e motivaram a renúncia de membros de um painel de assessores.

Ontem, deixaram o governo do Egito Rafiq Habib, vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça, ligado à Irmandade, e Essam al Amir, chefe da TV estatal egípcia.

DANOS

O Ministério da Saúde afirma que as mortes e ferimentos foram causados por espancamentos, disparos e inalação de gás lacrimogêneo.

Em discurso ontem à noite, Mursi lamentou e disse que o conflito "ocorreu por diferenças políticas que deveriam ser resolvidas por diálogo."

O presidente convidou a oposição para negociações amanhã, no palácio -o diálogo seria centrado na elaboração de uma lei eleitoral. Os oposicionistas, porém, recusam a oferta enquanto Mursi não cancelar os decretos que lhe deram "superpoderes".

Cerca de 3.500 manifestantes invadiram a sede da Irmandade Muçulmana, ontem à noite, e destruíram o mobiliário, de acordo com o grupo e a agência estatal egípcia.

Apesar dos confrontos, o presidente Mursi tem planos de manter o referendo constitucional de 15 de dezembro para aprovar a nova Carta.

O presidente dos EUA, Barack Obama, ligou ontem para seu colega egípcio e expressou "profunda preocupação" com a violência no país. Segundo a Casa Branca, Obama disse que o diálogo com a oposição precisa ser feito sem precondições.


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