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Análise Síria

Diplomacia tem sua última chance na Síria

Ainda há a possibilidade de saída negociada do regime de Bashar Assad, a depender da posição de Washington

PAUL ROGERS DO “GUARDIAN”

A situação na Síria é calamitosa. Após 20 meses de conflito, há cerca de 40 mil mortos e muito mais feridos.

Ao mesmo tempo, fontes da mídia noticiaram os grandes avanços das forças rebeldes e a retirada da Síria de funcionários da ONU e de várias missões diplomáticas.

Tudo isso, agora reforçado pela preocupação em relação às armas químicas da Síria, está levando a um aumento no apoio à proposta de intervenção militar ocidental.

Aqueles que defendem a intervenção apresentam dois argumentos convincentes: que é necessário prevenir um desastre humanitário maior e que pôr fim ao regime de Assad rapidamente reduzirá o risco de influência islâmica sobre uma Síria pós-Assad.

Esses argumentos são razoáveis, mas deixam de levar em conta três questões.

Primeiro: qualquer ação militar ocidental provocará Teerã, levando o Irã a aumentar seu apoio a Damasco.

Segundo: a queda do regime de Assad pode acabar sendo um processo prolongado, envolvendo a perda de ainda mais vidas de inocentes.

Terceiro: o impacto mais amplo de mais uma intervenção ocidental no Oriente Médio pode ser desastroso. O regime de Assad pode ser odiado, mas ainda é o governo de um país árabe importante.

Existe, contudo, uma possibilidade que pode evitar os resultados piores: uma decisão da administração do presidente Barack Obama, até agora muito cautelosa em relação a uma intervenção, de fazer um esforço muito concentrado para conseguir uma troca de regime negociada.

Isso abriria uma pequena janela de oportunidade que só poderá ser aberta se os EUA assumirem a liderança de um processo diplomático intenso que aceite a necessidade de concessões substanciais com relação à Síria pós-Assad.

Para falar com franqueza, o Ocidente não está em posição de ditar a maneira que a governança da Síria poderá assumir. Ele precisa reconhecer que isso terá que ser decidido sobretudo dentro do país.

Ainda existe uma chance de alguma espécie de troca de regime negociada. Será essa chance aproveitada?

A resposta depende principalmente de Washington, mas também, em grau não pequeno, de Moscou e Teerã e de Ancara e Cairo.

Está em jogo o destino da Síria e de mais que a Síria.


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