Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Venezuela se incorpora de fato ao Mercosul

Em tratamento em Cuba, Chávez não deve participar de reunião que define hoje detalhes da adesão do país ao bloco

Em abril de 2013, país adotará nomenclatura de produtos, e parte deles começará a usar a tarifa externa comum

FLÁVIA MARREIRO ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

A ausência de Hugo Chávez, em tratamento médico em Cuba, ofuscou a notícia comemorada pela Venezuela ontem na reunião do Mercosul em Brasília: o país dará em 5 de abril de 2013 os primeiros passos concretos para pertencer plenamente ao bloco.

Nessa data, a Venezuela, que ingressou formalmente no grupo à revelia do Paraguai em agosto, deverá adotar a nomenclatura de produtos usada pelo Mercosul, e 28% de seus produtos começarão a utilizar a TEC (tarifa externa comum), aplicada a importações de fora do bloco.

O anúncio foi feito pelo chanceler Antonio Patriota, que disse que o encontro "celebra a plena incorporação" da Venezuela. Foi divulgado um cronograma final para a adoção da TEC -até 2016-, mas o fim da tarifação intrabloco ainda não foi definido.

O país vai ser representado na reunião de mandatários do grupo hoje pelo chanceler e vice-presidente, Nicolás Maduro. O cancelamento da vinda de Chávez ao Brasil, porém, não era oficial até a conclusão desta edição.

O presidente venezuelano é afeito a reviravoltas de última hora, mas sua equipe de cerimonial na capital já havia sido desmobilizada no começo da tarde de ontem.

Desde que revelou ter câncer, em junho de 2011, poucos episódios foram tão eloquentes sobre as limitações de Chávez quanto sua ausência em Brasília -ele anunciara ao próprio Patriota, em Caracas, que compareceria.

Ele não faz aparições públicas desde 15 de novembro, o mais longo hiato em 18 meses.

A ausência turbinou o mercado de títulos venezuelanos, volátil a cada sumiço de Chávez. Ontem, os juros cobrados de títulos da dívida venezuelana com vencimento em 2027 caíram 39 pontos, chegando ao menor valor desde 2008.

"Esta ocasião é muito simbólica. É a primeira reunião da Venezuela já como membro pleno do Mercosul e ele não estará", diz Carlos Romero, professor de relações internacionais da Universidade Central da Venezuela.

Para Romero, entre fazer um esforço para enfrentar a viagem a Brasília e estar na posse do novo mandato, em 10 de janeiro, Chávez escolheu o segundo. "O dado concreto é que ele está doente, há sinais de que é grave e ele não transferiu o poder."

Em mensagem publicada no Twitter no último mês, María Gabriela, filha de Chávez, escreveu: "Nunca sabemos quão fortes somos até que ser forte é a nossa única opção".

A presidente Dilma Rousseff prometeu comparecer à posse do colega venezuelano.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página