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Análise
Eleição italiana deve abrir caminho para superação das medidas de austeridade
ANATOLE KALETSKY DA REUTERSSilvio Berlusconi voltou ao palco italiano neste mês depreciando o governo tecnocrático de Mario Monti que colocou o país de volta nos trilhos da prudência.
Em seu novo esforço eleitoral, ele atacou Monti por impor "políticas germanocêntricas" e acusou o país de sabotar Roma.
Seu partido, porém, está 20 pontos atrás do socialista Pier Luigi Bersani, apoiador das reformas de Monti, que, agora, têm grande chance de ganhar um mandato realmente democrático.
Há uma questão ainda mais importante além de quem governará a Itália, porém: o que a Europa quer dizer com "reforma econômica"? Se reformas significam austeridade e aumento de impostos eternos, que Berlusconi combate, então os italianos votarão contra ela.
Mas, se significam abrir a economia e reduzir a burocracia opressiva, então os eleitores devem apoiá-la. Os apoiadores de Monti deveriam insistir em que a estabilidade financeira foi restaurada a um ponto em que a austeridade já não é necessária.
No próximo estágio,seriam esperados cortes de impostos e relaxamento fiscal.
É provável que o FMI, a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu apoiem um programa pró-crescimento. O único obstáculo real seria o governo alemão.
Enquanto os esforços de Monti em arrefecer a pressão alemã não dão resultado, Merkel enfrenta uma eleição no ano que vem, o que a tornará diplomaticamente vulnerável, já que a última coisa que a Alemanha quer é outra crise do euro.