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Preferida de Obama desiste de substituir Hillary no governo
Após críticas, Susan Rice retira seu nome de consideração para Departamento de Estado
O presidente Barack Obama sofreu ontem a primeira derrota política de seu segundo mandato, que só começa em 21 de janeiro, com a desistência de sua favorita para substituir Hillary Clinton no Departamento de Estado.
A embaixadora Susan Rice, que representa os EUA na ONU, decidiu retirar seu nome da lista de cotados após intensa pressão republicana.
Liderada pelo senador John McCain, a oposição ameaçava vetar Rice por causa de seu papel na divulgação de informações erradas nos dias seguintes ao ataque contra o consulado dos EUA em Benghazi (Líbia), que culminou no assassinato do embaixador Chris Stevens e outros três diplomatas, em setembro.
Rice e o governo Obama afirmam que ela foi apenas a portadora, e não a responsável, pelas informações preliminares sobre o atentado que descartaram a possibilidade de ação terrorista -e que depois se mostraram erradas.
"Hoje, falei com a embaixadora Susan Rice e aceitei sua decisão de retirar seu nome da [lista em] consideração para [o posto de] secretária de Estado", declarou Obama em um comunicado no qual chama os ataques à diplomata de "injustos e enganosos".
Apesar da defesa acirrada que Obama vinha fazendo, o ônus de manter Rice na lista cresceu em um momento em que ele necessita de capital político para negociar um pacote fiscal com a oposição.
Os nomeados para o gabinete do presidente precisam do aval do Senado, e um atraso em preencher um posto tão delicado não só teria custo político doméstico para Obama, mas também prejudicaria negociações internacionais cruciais em que os EUA estão envolvidos sobre a Síria, o Irã e o conflito israelo-palestino, entre outras.
Com a desistência de Rice, o mais cotado passa a ser o veterano senador John Kerry, candidato à Presidência em 2004, embora alguns democratas tenham dado sinais de que o prefiram na Defesa.
Outra hipótese que cresce é a da permanência de Hillary no começo de 2013.
A atual secretária de Estado já repetiu que não deseja seguir no posto, mas nas últimas semanas aventa a hipótese de aguardar a transição.