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Chávez sofreu sangramento durante cirurgia
Segundo nota do governo, recuperação do presidente é 'progressiva', mas requer cautela
Presidência da Venezuela - 8.dez.2012/AFP | ||
Chávez assina documentos ao lado de Diosdado Cabello (esq.) no dia 8, antes de ir a Cuba |
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, sofreu sangramento durante a cirurgia que realizou na terça-feira, em Havana (Cuba), para se tratar de um câncer -a quarta operação a que ele foi submetido em um ano e meio.
A informação foi divulgada pelo governo venezuelano em nota lida ontem pelo ministro da Informação do país, Ernesto Villegas. O sangramento teria sido controlado.
Segundo o ministro, Chávez experimenta uma "recuperação progressiva e favorável da normalidade de seus sinais vitais" -essa recuperação, porém, vai requerer "um período de tempo de cautela, em razão da complexidade da cirurgia realizada".
Em mensagem no site do governo, Villegas disse ainda que os venezuelanos devem "compreender" caso o presidente não possa tomar posse em 10 de janeiro -no poder desde 1999, Chávez foi reeleito em outubro para mais seis anos de mandato, até 2019.
Embora a Venezuela venha divulgando mais informações sobre o câncer do presidente, seu tipo e sua localização exatos ainda são desconhecidos. Sabe-se apenas que ele é na região pélvica, de onde se retirou um tumor em 2011.
O governo procura mostrar unidade na ausência de Chávez. Ao falar da saúde do presidente na TV, o vice Nicolás Maduro -já apontado por ele como seu eventual sucessor- se fez acompanhar do presidente da Assembleia, Diosdado Cabello, e do ministro da Energia, Rafael Ramírez.
Se Chávez não puder ser empossado no dia 10 de janeiro, caberá a Cabello assumir o cargo e convocar novas eleições em 30 dias.
ELEIÇÃO DE DOMINGO
Analistas avaliam que os candidatos chavistas nas eleições estaduais deste domingo podem ser beneficiados por uma "onda de simpatia" em razão da saúde de Chávez.
O oposicionista Henrique Capriles -que perdeu a eleição presidencial em outubro e agora tenta se reeleger governador de Miranda- acusou seu rival na disputa, o ex-vice chavista Elías Jaua, e outros aliados do presidente de se aproveitarem da doença.
No último dia de campanha antes do pleito, Maduro repetiu seu discurso de unidade e lealdade a Chávez, com transmissão ao vivo pela TV, no ato do candidato chavista em Arágua, o ex-ministro Tarek El Aissami.
Primeiro, Maduro rezou um pai-nosso; depois, quase sem voz, de olhos marejados, prometeu "jamais trair o povo". A TV estatal intercalava atos de campanha com missas por Chávez e jingles da eleição presidencial.