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Islamitas dizem ter saído na frente em referendo no Egito

Oposicionistas e ativistas apontaram irregularidades na primeira fase da votação sobre projeto de Constituição

Resultados não oficiais divulgados por partido governista dão 56,5% dos votos favoráveis à nova redação da Carta

MARCELO NINIO ENVIADO ESPECIAL AO CAIRO

O governo islamita do Egito afirmou ter obtido uma apertada vitória na primeira fase do referendo constitucional realizado anteontem, em meio a denúncias de irregularidades da oposição e de grupos de direitos humanos.

De acordo com resultados não oficiais divulgados pelo partido governista Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, 56,5% dos votos foram favoráveis ao projeto de Constituição.

A votação ocorreu em dez distritos, incluindo Cairo e Alexandria, as duas maiores cidades do país. Os resultados finais só serão divulgados após a segunda fase do referendo, no sábado (22). A expectativa é de que o suposto apoio à Constituição se amplie, já que a maioria dos 17 distritos restantes é considerada favorável aos islamitas.

O projeto constitucional -defendido pelo governo- é rejeitado pela oposição, que o considera um risco às liberdades individuais devido ao viés islâmico do texto.

A opositora Frente Nacional de Salvação (FNS) rejeitou os resultados preliminares do partido governista, estimando que 66% dos votos foram contra a Constituição.

Além disso, a FNS disse ter detectado "fraudes sem precedentes" na votação. As violações, segundo a FNS, vão de cédulas irregulares à inclusão de mortos nas listas eleitorais.

Um grupo de direitos humanos pediu a anulação da votação, afirmando que as irregularidades lembram as fraudes eleitorais dos tempos do ditador Hosni Mubarak (1981-2011). "Apesar da revolução, tivemos um referendo como na era Mubarak", disse o diretor do Instituto de Estudos de Direitos Humanos do Cairo, Bahi El-Din Hassan.

As longas filas formadas nas sessões de votação não corresponderam ao índice de participação, 33%, abaixo do visto nas eleições presidenciais de junho, que bateu os 50%.

VIOLÊNCIA

Horas após uma votação relativamente pacífica, o espectro da violência voltou a rondar o Cairo, quando a redação do jornal do partido oposicionista Wafd foi apedrejada.

Yasser Ibrahim, repórter do jornal, contou à Folha que o ataque foi reivindicado por militantes salafistas (islamitas ultraconservadores).


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