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Campanha antipólio vira alvo no Paquistão

Ao menos seis pessoas que trabalhavam com o mutirão de vacinação morreram; Taleban é suspeito por ataques

Em 2011, CIA usou uma campanha de vacinação para coletar dados de supostos familiares de Osama bin Laden

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao menos seis funcionários de uma campanha para o combate à poliomielite foram mortos a tiros nos últimos dois dias no Paquistão.

Nenhum grupo assumiu a autoria dos atentados, mas o grupo radical islâmico Taleban já acusou várias vezes a campanha de ser uma "sabotagem ocidental".

Os ataques ocorreram em locais diferentes de Karachi e levaram à suspensão dos trabalhos na maior cidade do país, onde vivem 18 milhões de pessoas. Há cerca de 24 mil pessoas envolvidas na campanha de vacinação.

"Esses ataques privam a população paquistanesa mais vulnerável -especialmente as crianças- de intervenções básicas para salvar vidas", disseram a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) em declaração conjunta.

Todas as vítimas eram paquistaneses que trabalhavam em um programa financiado pelas Nações Unidas para erradicar a poliomielite, que ataca o sistema nervoso e pode provocar paralisia permanente.

Entre os mortos está uma garota de 17 anos que supervisionava a vacinação, segundo o governo. Ela chegou a ser socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A doença, que pode ser prevenida, mas não curada, está erradicada em quase todo o mundo. No Paquistão, um dos últimos três países -junto com Afeganistão e Nigéria- a ainda registrar casos de pólio, pelo menos 35 crianças contraíram a doença neste ano.

Muitos paquistaneses acreditam que a vacina visa esterilizar os muçulmanos. Segundo colegas das vítimas, os funcionários tinham recebido telefonemas que alertavam contra a "infidelidade" da ação.

Mesmo assim, o Unicef disse que não está claro se todos os ataques dos últimos dois dias estão ligados à campanha antipólio, uma vez que os locais das mortes são reconhecidamente violentos.

"Estamos preocupados com a segurança dos nossos funcionários da linha de frente. Eles são os verdadeiros heróis", disse o porta-voz do fundo Michael Coleman.

OSAMA BIN LADEN

A resistência do Taleban a esse tipo de campanha foi reforçada após a revelação, em julho de 2011, de que a CIA (inteligência americana) usou uma ação de imunização contra a pólio para entrar na casa e coletar o DNA de possíveis familiares do líder terrorista Osama bin Laden, morto no ano passado.

A operação foi confirmada em janeiro deste ano pelo secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta.

Em junho passado, comandantes do Taleban em dois distritos proibiram o trabalho as equipes de vacinação até que os EUA parassem seus ataques com aviões-robôs.


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