Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Irmandade celebra nova Carta no Egito, e oposição aponta fraudes

Resultado extraoficial diz que Constituição de inspiração islâmica foi aprovada por 64%

Membros da oposição pedem a impugnação do referendo; texto gera receio entre liberais e políticos seculares

EFE/EPA/STR
Partidários do ex-ditador do Egito Hosni Mubarak pedem revisão na pena de prisão perpétua, em protesto no Cairo
Partidários do ex-ditador do Egito Hosni Mubarak pedem revisão na pena de prisão perpétua, em protesto no Cairo
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Dados extraoficiais indicaram ontem a aprovação da nova Constituição do Egito, de forte inspiração islâmica.

Os números finais devem ser divulgados hoje, mas a Irmandade Muçulmana, partido do presidente Mohamed Mursi, diz que o "sim" à Carta obteve 64% dos votos. A oposição apontou fraude.

A nova Constituição teria sido aprovada em 16 das 17 Províncias em que foi realizada a segunda parte da consulta, anteontem. Na capital, Cairo, o plebiscito ocorreu no último dia 15.

Para a televisão egípcia, a aprovação foi de 70,7% na segunda rodada. O jornal estatal "Al-Ahram" falava em 71,4%.

A Frente de Salvação Nacional, maior grupo de oposição do Egito, pediu ontem a impugnação do referendo. Os dirigentes apresentaram denúncia à Procuradoria-Geral do país, dizendo que aconteceram "fraudes, violações e irregularidades".

Eles disseram também que vão tentar alterar a Constituição no Legislativo "por meios democráticos". E voltaram a criticar o texto por apresentar restrições a direitos e liberdades individuais.

O movimento oposicionista 6 de Abril acusou membros da Irmandade Muçulmana de distribuir comida para as pessoas que votassem "sim" e de ter fretado ônibus para transportar os eleitores.

MEDOS DA OPOSIÇÃO

Os opositores consideram a nova Constituição um risco às liberdades individuais e das minorias por ser baseada na sharia, a lei islâmica.

A nova Carta mantém os poderes que os militares tinham na era do ex-ditador Hosni Mubarak, derrubado no ano passado após 30 anos no poder e que ainda tem algum apoio popular.

Não há garantias explícitas aos direitos das mulheres, por exemplo. Outro problema seria a nomeação da Universidade Al Azhar, a mais antiga instituição islâmica sunita do mundo, como juiz sobre a aplicação da sharia.

Para liberais e juristas, a medida coloca a autoridade religiosa acima do Judiciário, o que pode levar a interpretações extremistas do Corão.

Protestos contra Mursi começaram há um mês, desde que ele tentou aumentar seus poderes por decretos.

A Assembleia Constituinte -composta em sua maioria por islâmicos- aprovou o projeto da nova Constituição em 30 de novembro. Apesar de os dois dias de votação não terem registrado confrontos, a tensão permanece no país.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página