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Análise

Obama se fortalece nas negociações para evitar 'abismo fiscal' nos EUA

GERALDO ZAHRAN ESPECIAL PARA A FOLHA

O líder republicano John Boehner não tem muito o que agradecer neste fim de ano. Na última quinta-feira, Boehner foi obrigado a suspender votação de uma proposta de sua autoria por não conseguir apoio de seus colegas republicanos.

O projeto era uma tentativa de evitar o chamado "abismo fiscal", que ameaça retirar US$ 500 bilhões de circulação em 2013 e levar os EUA de volta à recessão com uma taxa de desemprego de 9%.

O "abismo" é uma confluência entre aumentos no imposto de renda e cortes de gastos públicos.

Em 2001 e 2003, o então presidente Bush reduziu alíquotas do imposto de renda. Sem apoio suficiente no Congresso, a redução aprovada valeria apenas por dez anos.

Em 2011, em meio a deficit crescentes, o Congresso renovou as alíquotas por mais 12 meses. Agora, novas medidas são necessárias para evitar o aumento de impostos.

Além disso, US$ 109 bilhões de programas federais serão cortados em 2013. As reduções são provenientes de um acordo que aumentou o limite da dívida pública em 2011, evitando uma moratória do país.

Como o Congresso não conseguiu chegar a um acordo, um gatilho de cortes automáticos foi estabelecido e será disparado em janeiro.

Boehner tem sido o principal negociador para evitar o abismo fiscal. Mas além de ter de enfrentar um presidente reeleito, o líder sofre com o próprio partido.

A proposta inicial democrata sugeria deixar as alíquotas subirem para famílias com renda superior a US$ 250 mil. Na última semana, o presidente flexibilizou a posição e agora defende aumento de impostos para os que ganham acima de US$ 400 mil.

Boehner seguiu um caminho diferente: tentou aprovar na Câmara aumento para um universo bem menor: apenas os que ganham mais de US$ 1 milhão por ano. A ideia era jogar a culpa do impasse nos democratas. Mas nem assim os republicanos apoiaram sua liderança. Conservadores rejeitam qualquer aumento de impostos e colocam a solução do problema fiscal apenas nos cortes de gastos.

As divisões do partido republicano fortalecem ainda mais a posição negociadora democrata.

Obama foi reeleito dizendo que iria aumentar impostos sobre os mais ricos e não parece ceder. Sem conseguir mobilizar os próprios votos, dois cenários se formam para a liderança republicana.

Uma opção é aceitar um pacote ainda menos favorável ao partido para contar com votos democratas na aprovação. A outra é deixar o país rumar ao abismo.


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