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País africano pede ajuda à França contra insurgentes
Governo da República Centro-Africana não receberá proteção, diz presidente Hollande
O presidente da República Centro-Africana, François Bozizé, pediu ontem ajuda à França, antiga metrópole, e a outras nações para conter os rebeldes que vêm ganhando território no país e já estão perto da capital, Bangui.
Estima-se que os insurgentes já dominem dez cidades no norte, e os cerca de 600 mil moradores da capital temem ser atacados, embora os líderes rebeldes digam querer dialogar com o governo.
"A França tem os meios para conter os rebeldes, mas, infelizmente, não fizeram nada por nós até agora", afirmou Bozizé durante discurso. Anteontem, manifestantes jogaram pedras contra a embaixada francesa em Bangui.
O presidente francês, François Hollande, rebateu dizendo que seu país procura proteger seus interesses na República Centro-Africana e não o governo de Bozizé -ele mesmo fruto de um golpe, em 2003, quando o atual presidente chefiava o Exército e depôs Ange-Félix Patassé.
Segundo o Ministério da Defesa da França, já há cerca de 200 soldados franceses no país dando apoio técnico e treinamento ao Exército local.
Desde a independência, em 1960, a República Centro-Africana vive uma história de rebeliões e golpes, incluindo a ditadura de Jean-Bédel Bokassa (1966-79), que se coroou "imperador" em 1977.
Apesar de suas reservas de ouro e diamantes, é um dos países mais pobres do mundo, o 179º no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU.