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Índia promete punição a estupradores

Premiê afirma que morte de jovem agredida por seis homens não terá sido "em vão"; capital tem dia de protestos

Polícia declarou que suspeitos pelo estupro serão acusados de homicídio, o que pode levar à pena de morte

Krishnendu Halder/Reuters
Garota segura cartaz durante protestos contra a violência às mulheres na Índia; autoridades pediram calma à população
Garota segura cartaz durante protestos contra a violência às mulheres na Índia; autoridades pediram calma à população
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O premiê indiano declarou ontem que a morte da estudante de fisioterapia de 23 anos que foi estuprada e espancada por seis homens em Nova Déli no dia 16 de dezembro "não será em vão".

Manmohan Singh afirmou que compreende a comoção pública causada pela morte da jovem, ocorrida anteontem, e que o governo está examinando as penalidades que recaem em crimes como o estupro para que a Índia se torne um lugar "mais seguro para as mulheres".

Também a polícia indiana declarou que os seis homens presos sob suspeita do ataque serão acusados de homicídio. Em caso de condenação, eles poderão ser levados à pena de morte.

As declarações das autoridades tentam acalmar os ânimos populares diante da possibilidade de um aumento dos protestos no país, que já duram mais de dez dias, eclodidos com a divulgação desse e de outros casos de violência contra jovens.

Ontem, na capital indiana, centenas de pessoas se reuniram para protestar e pedir mais segurança às mulheres do país. Locais como a casa do presidente e os ministérios amanheceram sob forte esquema de segurança.

Dez estações de metrô foram fechadas, bem como algumas estradas.

Alguns manifestantes pediam a pena de morte para o crime de estupro, cuja punição máxima atualmente é a prisão perpétua.

Nehra Kaul Mehra, uma estudante que participava dos protestos, disse: "Fazemos parte de um contexto feudal e patriarcal que valoriza mais os homens do que as mulheres. Nós matamos nossas filhas antes que elas nasçam. As que conseguem sobreviver são menos alimentadas, menos educadas e segregadas".

Na Índia, as mulheres são desencorajadas a denunciar casos de estupro e muitas vezes são tachadas de "culpadas" após serem violentadas.

Frequentemente, autoridades se recusam a registrar casos do tipo, e processos judiciais dessa natureza se arrastam por anos.

Nos últimos 40 anos, o número de denúncias de estupro à polícia cresceu dez vezes, saindo de 2.487 em 1971 para 24.206 em 2011. No entanto, apenas 25% das acusações de estupro na Índia resultam em condenação.

A estudante de 23 anos, que não teve o nome divulgado, foi espancada, estuprada e jogada de um ônibus por seis homens no dia 16 de dezembro, em Nova Déli.

Parte da mídia indiana está se referindo a jovem como "Amanat", que na língua urdu significa "tesouro".

Durante o ataque, os homens a violentaram com uma barra de ferro, o que causou inúmeros ferimentos em seus órgãos internos. Além disso, a jovem sofreu graves lesões cerebrais.

Sua morte, por falência múltipla de órgãos, foi confirmada pelo hospital Mount Elizabeth em Cingapura, onde ela estava internada desde o dia 27, depois de passar por três cirurgias abdominais, na Índia.

Também anteontem, a polícia informou a prisão de três suspeitos de envolvimento no estupro de uma adolescente no distrito de Patiala, na região de Punjab, no norte da Índia.

Ela se suicidou no dia 26, após ter sido assediada por autoridades enquanto tentava registrar o seu caso.


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