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Em ato contra Assad, Brasil ficará sem embaixador na Síria

Atual representante no país assume em breve posto na Grécia; sucessor será indicado só quando ditador sair

Decisão sinaliza a insatisfação crescente do país com o regime; Brasil mantinha boa relação com ditadura

ISABEL FLECK DE SÃO PAULO

O governo brasileiro não indicará um novo embaixador para a Síria enquanto o ditador Bashar Assad estiver no poder.

O atual embaixador brasileiro para a Síria, Edgard Casciano -que desde julho passado despacha de Beirute-, deve se tornar em breve embaixador na Grécia.

Ele já teve seu "agrément" -aprovação necessária para assumir o posto de embaixador em um país- concedido pelo governo grego.

No entanto, seu sucessor, segundo a Folha apurou, só será indicado e o "agrément" pedido a um governo sírio sem Assad. No meio diplomático, a opção por manter um posto sem embaixador é forte indicação de reprovação às ações de um governo.

No caso sírio, é uma "boa sinalização", segundo uma fonte diplomática, do descontentamento brasileiro com a crescente violência empregada pelo regime. Também com sua resistência a uma solução pacífica para o conflito que já dura 22 meses e deixou cerca de 60 mil mortos, segundo a ONU.

O Brasil teve uma relação boa com Assad no início da guerra e se via como interlocutor que poderia ajudar na mediação. Um diplomata brasileiro chegou a integrar uma delegação que se encontrou com ele, em agosto de 2011.

Mas a situação mudou. O discurso feito pelo ditador, no último domingo, só reforçou, no Itamaraty, a visão de que o líder sírio não está disposto a aceitar os termos negociados em junho em Genebra, com mediação da ONU -em especial, o estabelecimento de um governo de transição.

O Brasil deu recentes demonstrações de reprovação ao regime sírio: apoiou resoluções condenando a violência na Síria nos fóruns da ONU em Genebra e em Nova York, e a presidente Dilma Rousseff negou um pedido para receber uma alta assessora de Assad em março de 2012.

ESPERA

Para assumir em Atenas, Casciano ainda precisará passar por uma sabatina na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado -o que só ocorrerá a partir de fevereiro, quando os parlamentares voltam do recesso.

Seu nome ainda terá de ir a plenário e ser sancionado pela presidente Dilma.

Durante esse período de espera, Casciano seguirá em Beirute, respondendo pela embaixada em Damasco.

No entanto, após sua saída e até que Assad deixe o poder, o responsável pela missão será um encarregado de negócios (posto mais baixo que o de embaixador), baseado no Líbano.

A embaixada brasileira em Damasco continuará aberta, com funcionários locais.


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