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Análise

Drama chinês tem os mesmos traços de Cubatão nos anos 90

EDUARDO GERAQUE DE SÃO PAULO

O ar espesso que os habitantes de Pequim estão respirando desde o fim de semana caracteriza um cenário claro de uma grande emergência ambiental. Não existe exagero na grita internacional.

Mas isso não significa que os números alarmantes da poluição do ar, principalmente de poeira, medidos no Oriente nunca foram vistos em nenhum outro lugar do mundo. O Brasil, por exemplo, tem exemplos recentes de situações semelhantes.

O problema ambiental na China tem os mesmos contornos do que havia em Cubatão, litoral de São Paulo, nos anos 80 e 90. Ou o episódio crítico registrado em Rio Branco, no Acre, em 2005.

Na comparação entre Cubatão e Pequim é fato que o drama chinês tem maiores proporções. São mais pessoas e a área geográfica mais extensa. Apesar de que a imagem de um feto sem cérebro, gerado em Cubatão nos anos 1980, é triste e inesquecível.

Em comum, nos dois locais, a motivação da poluição. Os valores econômicos estavam muito a frente dos socioambientais. Demorou mais de uma década para a situação em São Paulo voltar aos níveis aceitáveis, período que pode ser muito maior do lado de lá do planeta.

No caso de Rio Branco, ou de outras cidades amazônicas, a questão não são os

veículos poluidores ou os centros industriais.

Mas a queimada da floresta que, em certas épocas do ano, não dão trégua aos pulmões amazônicos. Em proporções menores, situacões críticas agudas foram registradas no interior do Estado, em cidades como Araraquara, por causa da queimada da cana-de-açúcar.

Apesar dos níveis estratosféricos de poeira medidos em Pequim, em 24 horas, no fim de semana -mais de 400 microgramas por metro cúbico-, a média anual desse poluente tem ficado em 98 microgramas por metro cúbico.

Mesma concentração detectada em Cubatão durante anos, até que o esforço das autoridades e das empresas começasse a fazer efeito, o que ocorreu, de verdade, no início deste século.

Hoje, apesar de algumas diferenças, aceita-se que a concentração anual de 15 microgramas por metro cúbico de partículas finas seja um limite razoável. Mais do que isso, o simples e vital ato de respirar começa a atacar a saúde.

Nem mesmo a região metropolitana de São Paulo bate essa meta considerada segura. Em 2011, no bairro de Pinheiros, o índice anual fechou em 20 microgramas por metro cúbico.


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