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Argélia ataca campo, e reféns morrem

Exército invade complexo de exploração de gás tomado por islamitas; agência Reuters fala em ao menos 30 reféns mortos

Países de origem de trabalhadores fazem críticas à operação; tomada do campo seria reação à guerra no Mali

Afp Photo/Jiji Press
Takeshi Endo, relações públicas da empresa japonesa JGC, cujos funcionários foram sequestrados, cercado por repórteres
Takeshi Endo, relações públicas da empresa japonesa JGC, cujos funcionários foram sequestrados, cercado por repórteres
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

O Exército da Argélia atacou ontem de surpresa o complexo de exploração de gás em que militantes islamitas mantinham 41 estrangeiros reféns e um número de argelinos que, segundo alguns relatos, poderia chegar a 600.

A ação no campo de Tigantourine, na desértica fronteira entre Argélia e Líbia, resultou na morte de um número incerto de reféns e militantes.

A agência de notícias Reuters, citando fontes no governo argelino, afirma que 30 reféns morreram, pelo menos sete deles estrangeiros.

Mas uma agência de notícias da Mauritânia, que diz ter contato com os terroristas, coloca a cifra em 34 estrangeiros mortos e afirma ainda que 15 militantes morreram.

Entre os reféns havia americanos, noruegueses, britânicos e japoneses, além de outras nacionalidades.

Ontem, o governo argelino anunciou o fim da operação, mas depois a agência estatal de notícias divulgou que ainda havia reféns no campo.

A ação argelina foi recebida com críticas por governos de países com reféns no local.

Os EUA disseram não ter sido avisados da operação de resgate, e o Reino Unido se queixou. "Os argelinos sabem que preferíamos ter sido consultados com antecedência", afirmou o porta-voz do primeiro ministro, David Cameron.

Devido à crise na Argélia, Cameron adiou discurso previsto para hoje no qual, segundo a Reuters, acenaria com a saída do Reino Unido da União Europeia caso a crise na eurozona não se resolva.

O Japão também criticou a Argélia, solicitando que a operação militar fosse interrompida "imediatamente".

Segundo um porta-voz dos militantes, entre os islamitas mortos pelo ataque está Abu al Barra, líder da operação.

SANGUE

A crise foi iniciada quando os militantes do grupo Signatários por Sangue, que se diz ligado à rede terrorista Al Qaeda, atacaram o campo de exploração de gás, anteontem, dizendo ser uma represália ao ataque francês contra islamitas que controlam o norte do vizinho Mali.

O governo argelino teria se tornado alvo porque autorizou o uso de seu espaço aéreo pela França. Militantes já haviam alertado sobre ataques terroristas, e grandes cidades da França entraram em estado de alerta máximo.

De acordo com o governo argelino, o chefe do grupo é Mokhtar Belmokhtar, militante conhecido como "Sr. Marlboro", pela sua atuação no tráfico de cigarros. Ele não participou da operação.

Diante do agravamento da situação, ontem, companhias europeias retiraram trabalhadores de suas indústrias de energia na Argélia.

O Departamento de Estado norte-americano pediu ontem que empresas e embaixadas localizadas no norte da África revisassem os seus protocolos de segurança.


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