Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Líderes criticam ameaça do Reino Unido de deixar bloco

União Europeia não pode ser 'diminuída', diz França; alemães também condenam

Como previsto, premiê britânico propôs votar saída do bloco até 2017; parlamentares veem campanha antecipada

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

A ameaça do premiê britânico, David Cameron, de convocar um plebiscito até 2017 para definir se o Reino Unido ficará ou não na União Europeia provocou ontem fortes reações de líderes europeus.

Em discurso esperado desde o ano passado, Cameron disse que promoverá a consulta caso o bloco não aceite fazer concessões em troca da permanência do país.

Os governos da Alemanha e da França, as duas maiores economias do continente, afirmaram que o Reino Unido não pode escolher apenas o que convém para ficar.

A chanceler alemã Angela Merkel aceitou negociar com o britânico, mas disse que outros países do bloco também têm seus interesses. "Precisamos buscar um compromisso justo", afirmou.

O presidente francês François Hollande disse que a União Europeia não pode ser "diminuída" em troca da permanência de um país.

"A Europa tem que ser aceita como ela é. Nós podemos evoluir no futuro, mas não podemos prometer reduzi-la ou diminuí-la."

O ministro de Relações Exteriores da França, Laurent Fabius, afirmou que o plebiscito é uma ideia "perigosa".

"Imagine que a Europa fosse um clube de futebol. Depois que você entrou no clube, não pode sair dizendo que agora vai jogar rugby."

EQUILÍBRIO

No discurso, Cameron cobrou a "renegociação do pacto" com a UE, mas não deixou claras as condições que garantiriam a permanência.

Ele voltou a se equilibrar entre as críticas ao bloco e a afirmação de que defende a presença britânica numa Europa "reformada".

"Se não encararmos os desafios, o risco é a Europa fracassar e o povo britânico ser empurrado para a porta de saída. Eu não quero que isso aconteça", disse.

Ao ser questionado se defenderia a saída da UE caso as mudanças não o satisfaçam, o primeiro-ministro desconversou. "Não entro numa negociação para perder."

O gesto de Cameron foi recebido como pontapé inicial das eleições britânicas de 2015, quando ele tentará se manter no poder e ampliar a bancada do Partido Conservador no Parlamento.

O primeiro-ministro aposta no sentimento antieuropeu do eleitorado. Segundo pesquisas, a maioria dos britânicos culpa os vizinhos pela crise e votaria hoje a favor de uma saída do bloco.

Cameron também tenta blindar seu partido contra o crescimento do Ukip, sigla nacionalista que defende a ruptura total com a Europa.

A promessa de plebiscito, no entanto, contraria o Partido Liberal-Democrata, do vice-premiê Nick Clegg.

A oposição trabalhista também é contra a consulta.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página