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Fórum debate estímulo à economia
DA ENVIADA A DAVOSO afrouxamento monetário e a política de injeção de recursos na economia despertaram debate acalorado no Fórum ontem.
O chamado "quantitative easing" [prática de injetar dinheiro na economia via compra de ativos] foi tema inclusive de votação num dos painéis do Fórum em Davos.
Logo no início do painel, o placar da votação apontou que 61% concordavam que benefícios de curto prazo do "quantitative easing" sobrepujavam os riscos no longo prazo.
Para Stanley Fischer, presidente do Banco de Israel, "os banqueiros centrais têm a capacidade de intervir [e lidar com eventual aumento da inflação e outras consequências negativas do afrouxamento da política monetária]".
"Eles podem vender vários ativos e não perdem a capacidade de afetar os juros", afirmou. O diretor do Peterson Institute of International Economics, Adam Posen, afirmou que é absurdo acreditar que o "quantitative easing" tenha necessariamente de acabar em inflação". Nouriel Roubini, professor da Universidade Nova York, que previu o início da crise, disse que alguns países estão "jogando fora" a meta de inflação.
"Qual será a próxima âncora? Meta de PIB? Estamos fazendo cada vez mais coisas não convencionais", afirmou.
O sócio fundador do Algebris Investments, Davide Serra, de Londres, disse que "essa política está jogando a conta para a próxima geração".
Da plateia, o brasileiro Persio Arida, sócio do BTG Pactual e um dos idealizadores do Plano Real, discordou. "Estão jogando para a próxima geração ou estão preparando para ela?", questionou.
O argumento de parte dos painelistas é que se colocar juros muito baixos agora, ninguém poupa, vai explodir uma bolha, beneficia-se quem está aqui hoje e piora para a geração futura.
"Você faz 'quantitative easing' porque está em crise, com um baita desemprego, do contrário, não faria", comentou o ex-presidente do BC brasileiro.
"Se não fizer, você penaliza a atual geração, acelera o processo de ajuste, quebra todo mundo hoje, beneficia a geração futura e prejudica a presente. Faz-se para estabelecer equilíbrio."