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Análise

Operadores de aviões têm óbvia dificuldade em identificar alvos

RICARDO BONALUME NETO DE SÃO PAULO

O apelido é "drone", "zangão" em inglês; o termo técnico é UAV (unmanned aerial vehicle), veículo aéreo não tripulado -conhecido em português pela sigla Vant.

Foi criado para realizar missões de reconhecimento e passou, com o tempo, a ser uma arma letal com uma grande vantagem: não arrisca a vida de um piloto.

O Vant ainda não substituiu os aviões pilotados em operações de guerra. Mas ele tem esse diferencial que agrada muito aos políticos e comandantes militares: evita tanto perdas de pilotos ao realizar missões muito monótonas -circulando horas e horas em busca do alvo- quanto as mais perigosas -em que o risco de ser abatido pela artilharia antiaérea é alto.

Existem Vants parecidos com aeromodelos; outros têm autonomia de muitas horas de voo e podem lançar mísseis.

Houve no passado tentativas de criar aeronaves armadas não tripuladas, como o fracassado minihelicóptero antisubmarino Dash (Drone Anti-Submarine Helicopter), da Marinha dos EUA, da década de 1960. Mas a tecnologia ainda era precoce.

Hoje, com a miniaturização dos equipamentos eletrônicos, é possível instalar sensores sofisticados a bordo de um Vant e "pilotá-lo" a centenas e mesmo milhares de quilômetros de distância.

A principal função de um Vant ainda é o reconhecimento, de dia e de noite.

O Brasil também usa esse tipo de equipamento. A FAB (Força Aérea Brasileira) comprou dois Vants de fabricação israelense, Hermes 450, da empresa Elbit. Estão baseados em Santa Maria (RS). E a Polícia Federal opera dois Vants de outro modelo israelense, o Heron 1, da empresa IAI.

Reconhecimento do território inimigo sempre foi a função mais básica das Forças Aéreas, mas envolve riscos diplomáticos, em tempos de paz -ou de "guerra fria".

Foi o caso da derrubada pelos soviéticos em 1960 de um avião de reconhecimento americano U-2 sobre seu território; o piloto, Francis Gary Powers, sobreviveu e foi capturado, causando enorme embaraço ao governo dos EUA.

Derrubar um Vant causaria uma crise diplomática bem mais suave. Embora seu uso indiscriminado pelos EUA pra missões de ataque também esteja criando problemas.

O americano Predator ("predador") fez jus ao nome. Armado com mísseis Hellfire, foi usado em vários ataques contra supostos insurgentes e terroristas no Iraque, no Paquistão, no Afeganistão, na Somália e no Iêmen.

E há outro predador americano ainda mais sofisticado: o Global Hawk pode voar a 20 mil metros de altitude, tem alcance de 6.000 km e 24 horas de autonomia.

Não há piloto capaz de fazer isso. Mas um operador na frente de um computador a uma grande distância tem uma óbvia dificuldade em identificar alvos com precisão. E por isso civis são inevitavelmente mortos nesses ataques.


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