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Protestos à sentença por tragédia em estádio no Egito matam 30

Justiça determinou pena capital a acusados de incitar massacre durante partida em Port Said em 2012

Parentes e amigos dos suspeitos tentaram invadir o presídio e prometeram o 'caos'; Exército foi chamado

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Ao menos 30 pessoas morreram ontem em Port Said, no Egito, durante protestos à decisão da Justiça de condenar à morte 21 acusados do massacre que deixou 74 mortos num jogo de futebol na cidade, em fevereiro de 2012.

O massacre em Port Said, que aconteceu durante um jogo entre as equipes Al Ahly e Al Masry, foi o maior em um estádio de futebol da história do Egito.

A tragédia de 2012 engrossou os protestos violentos contra a Junta Militar que, na época, governava o país após a queda do ditador Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.

Os confrontos de ontem aconteceram depois que familiares e amigos dos suspeitos do massacre tentaram invadir a prisão onde estavam os acusados, e houve uma reação violenta à repressão policial.

Segundo o diretor para os hospitais de Port Said, mais de 300 pessoas ficaram feridas nos enfrentamentos.

Os manifestantes chegaram a atacar a usina de energia da cidade e bloquearam, por um momento, as principais estradas de acesso à cidade. Ao menos dois postos policiais foram tomados.

O Exército foi chamado para tentar conter a violência na região do tribunal e garantir a segurança de "instalações vitais" em Port Said.

Na capital, o presidente Mohamed Mursi encontrou-se com o Conselho Nacional de Defesa para discutir a situação. Eles consideraram um toque de recolher e declarar estado de emergência. Até a conclusão desta edição, no entanto, nenhum dos dois havia sido anunciado.

Os confrontos ocorreram no dia seguinte aos protestos contra o governo de Mursi que deixaram ao menos nove mortos, no dia do aniversário de dois anos do início da revolta que levou à queda do regime Mubarak.

RECURSO

Os acusados pelo massacre poderão recorrer da decisão de condenação, que será enviada ao mufti (líder islâmico supremo) egípcio, que tem o poder para rejeitar ou respaldara decisão judicial.

Outros 52 acusados ainda serão julgados em 9 de março, incluindo três agentes de segurança suspeitos de envolvimento no massacre.

A sentença foi lida em clima tenso, pois torcedores do Al Ahly ameaçaram mais atos violentos se os suspeitos não fossem condenados à morte.

Eles também disseram que instalarão "o caos" se a pena não for cumprida.

O juiz pediu calma diversas vezes durante a leitura do veredicto e em outros momentos do julgamento.

Após a divulgação da decisão, as famílias dos mortos comemoraram. Um homem desmaiou e outros manifestantes choraram enquanto carregavam fotos de mortos na tragédia no estádio.

TRAGÉDIA

O massacre aconteceu em 1º de fevereiro de 2012, após uma partida em Port Said entre o Al Ahly, do Cairo, e o Al Masry, da cidade. Na ocasião, o time cairota perdia para o local por 3 a 1, quando centenas de torcedores do Al Masry invadiram o campo e lançaram pedras e garrafas contra torcedores do Al Ahly.

Pelo menos 74 pessoas morreram e centenas ficaram feridas. Nos dias seguintes à tragédia, mais 16 pessoas morreram em protestos no Cairo e em Suez.

Grupos de torcidas organizadas de ambos os times acusaram aliados de Mubarak de estarem infiltrados entre os torcedores para provocar o confronto.

A tragédia abalou os dois times e suas torcidas. O time do Al Ahly joga desde fevereiro com uma faixa preta amarrada na camisa em sinal de luto. O símbolo foi usado inclusive no jogo contra o Corinthians pelo Mundial de Clubes, em dezembro.


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