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Insurgentes denunciam massacre de 65 na Síria
Corpos estavam nas margens de um rio em Aleppo, em área controlada pelos rebeldes
Ativistas denunciaram, ontem, o massacre de ao menos 65 pessoas encontradas mortas a tiros, com as mãos amarradas, na cidade de Aleppo. A insurgência culpa o regime do ditador sírio Bashar Assad.
Rebeldes têm enfrentado as forças de segurança nesse polo comercial. Tanto opositores quanto o regime são acusados de realizar massacres como o divulgado ontem.
Ativistas divulgaram vídeo com corpos enlameados estirados ao longo das bordas do que disseram ser o rio Queiq, em Aleppo, na região de Bustan al Qasr, atualmente controlada por tropas rebeldes.
Insurgentes ouvidos pelas agências de notícias, culpando Assad, afirmam que o regime exterminou os jovens e jogou seus corpos nesse rio para que eles fossem carregados até o reduto rebelde.
Os corpos tinham feridas causadas por tiros na cabeça. Algumas das vítimas eram, possivelmente, adolescentes -vestindo calças jeans, camisetas e tênis de corrida.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização baseada em Londres, diz que o número de mortos nesse massacre pode chegar a 80, à medida em que os corpos sejam recuperados do rio.
É estimado que mais de 60 mil pessoas já tenham morrido na Síria desde o início dos confrontos, há quase dois anos. É a revolta mais violenta a surgir durante a chamada Primavera Árabe, que destronou ditadores no Egito, no Iêmen, na Líbia e na Tunísia.
A agência de refugiados da ONU afirmou, ontem, que os confrontos já obrigaram mais de 700 mil pessoas a fugir do país. A comunidade internacional teme que o fluxo migratório desestabilize vizinhos como Líbano e Jordânia.
É difícil verificar a situação na Síria, devido às restrições feitas pelo regime de Assad ao trabalho de jornalistas estrangeiros no país.
Ontem, Lakhdar Brahimi, mediador da ONU e da Liga Árabe, afirmou ao Conselho de Segurança da ONU que a Síria "está se desfazendo diante dos olhos de todos".