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Reino Unido estuda fazer campanha para afugentar imigrante

Governo quer evitar afluxo de romenos e búlgaros, que a partir de 2014 não poderão ser barrados na fronteira

Fim de restrições faz crescer pregação contra imigrações; iniciativa da gestão Cameron já gera críticas e paródias

BERNARDO MELLO FRANCO DE LONDRES

Não venha para a Inglaterra. Os dias aqui são feios, a economia vive em crise e faltam empregos. E, acima de tudo, chove o tempo todo.

Esse é o espírito da campanha publicitária que o governo britânico estuda lançar no Leste Europeu para afugentar possíveis imigrantes a partir do ano que vem.

O principal alvo da antipropaganda são os quase 30 milhões de romenos e búlgaros, que em 2014 passarão a ter direito a trabalhar em qualquer país da União Europeia.

Como a polícia de fronteira não poderá mais barrá-los, o governo do premiê David Cameron quer usar a propaganda para desestimular a sua emigração para o Reino Unido. "Temos de corrigir a ideia de que as ruas daqui são banhadas a ouro", disse um dos responsáveis pelo plano ao jornal "The Guardian".

Segundo a ONG britânica Migration Watch UK, cerca de 250 mil romenos e búlgaros podem emigrar para o país nos próximos cinco anos. O deputado Philip Hollobone, do Partido Conservador de Cameron, sustenta que o número poderá chegar a 425 mil em apenas dois anos.

O fim iminente das restrições tem aumentado a pregação contra os imigrantes no Parlamento e nos jornais populares de Londres.

O tabloide "The Sun" abriu uma reportagem recente sobre o tema assim: "Uma onda de imigrantes romenos e búlgaros está ameaçando quebrar sobre a Grã-Bretanha e inundar o nosso mercado de trabalho, já saturado".

Um artigo na mesma edição dizia que os governos dos dois países são "corruptos" e "assassinos" e que a chegada dos imigrantes elevaria a criminalidade no Reino Unido.

A Migration Watch UK lembra que as barreiras à imigração também cairão em outros países e sustenta que Alemanha e Holanda podem ser destinos mais cobiçados.

Hoje, romenos e búlgaros só podem se instalar no Reino Unido com garantia prévia de emprego, uma exigência difícil de ser cumprida por quem procura trabalhos de baixa especialização.

O noticiário sobre a campanha negativa já começou a motivar críticas e paródias na internet. Uma montagem reproduzida pelo "Guardian" mostra Cameron e o vice-premiê Nick Clegg sob a seguinte legenda: "Não venha para a Inglaterra. Essas são as pessoas que governam o país".


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