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Argentina vê aumento de radicalização na política

Cresce hostilidade entre os opositores e os defensores de Cristina Kirchner

Vice-ministro da Economia foi xingado, e jornalista crítico ao governo teve de sair de café em Buenos Aires

SYLVIA COLOMBO DE BUENOS AIRES

"Filho da puta!", "cara de pau!". Os gritos, repetidos várias vezes, acuavam um casal com duas crianças no canto de um barco que viajava de Colônia, no Uruguai, a Buenos Aires.

Por fim, funcionários da empresa Buquebus resgataram a família e a levaram para um setor mais reservado da embarcação.

As imagens do escracho público sofrido pelo vice-ministro da Economia, Axel Kicillof, foram gravadas por aparelhos celulares e se disseminaram rapidamente na internet, gerando a fúria da militância kirchnerista.

Nos últimos dias, esse tem sido um dos principais assuntos da mídia argentina.

Kicillof é o responsável pela estatização da petrolífera YPF e pela política de cerco ao dólar. É um dos funcionários preferidos da presidente Cristina Kirchner e um dos principais alvos das críticas dos oposicionistas.

"Os que acreditam em meu projeto devem manter comportamento respeitoso com relação a todos os argentinos, até mesmo para os que não pensam da mesma maneira", disse a presidente em discurso no teatro Gran Rex, em Buenos Aires, anteontem.

O clima de polarização se fez notar também nas vaias ao vice, Amado Boudou, em Santa Fé, e na expulsão do jornalista anti-kirchnerista Nelson Castro de um café da capital argentina.

O dono do estabelecimento recusou-se a atendê-lo e pediu que se retirasse por ser "persona non grata".

"Não vivemos isso nos últimos 30 anos de democracia. Tamanha cisão da sociedade só pode ser comparada com a dos anos de Perón", disse Castro em entrevista à reportagem da Folha.


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