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Raúl fala em renunciar às vésperas de iniciar novo mandato em Cuba

Declaração, aparentemente em tom de brincadeira, foi dada em Havana, mas deixou dúvida no ar

Amanhã, ele fará aguardado discurso à Assembleia Nacional; mudanças na cúpula de poder podem ocorrer

DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS DE SÃO PAULO

O ditador Raúl Castro, cuja ratificação no posto máximo do governo de Cuba por mais cinco anos é esperada para amanhã, surpreendeu jornalistas ao prometer ontem, ainda que aparentemente em tom de brincadeira, que pretende renunciar ao poder.

"Vou renunciar. Já vou completar 82 anos. Tenho direito de me aposentar já. Não acreditam?", lançou, com leve sorriso, aos que acompanhavam seu encontro com o premiê russo, Dmitri Medvedev, em Havana.

"Esperem meu discurso. [Será] um discurso interessante. Assistam", disse.

O irmão mais novo de Fidel, no comando formal da ilha desde 2008, deve falar amanhã na abertura da nova legislatura cubana.

Os 612 deputados do Partido Comunista, o único legal no país, foram chancelados nas urnas neste mês e votarão para escolher os integrantes do Conselho de Estado, a cúpula do Executivo.

Espera-se que Raúl seja ratificado como presidente do conselho. Se cumprir sua própria proposta de limitar a dois mandatos todos os cargos governamentais, será seu último período de cinco anos à frente da ilha na qual implementa reformas econômicas.

Para observadores e analistas da ilha, as escolhas de amanhã podem trazer pistas sobre a transição política para a era pós-Castro.

Mesmo antes das referências à aposentadoria, Raúl já havia admitido ser improvável, "pela lei da vida", que a geração que chegou ao poder em 1959 siga no comando.

As expectativas se voltam em especial para o posto de primeiro vice-presidente do Conselho de Estado, hoje ocupado por José Ramón Machado Ventura, de 82 anos.

Especula-se entre diplomatas e analistas que um dos atuais cinco vice-presidentes do conselho, Miguel Díaz-Canel, 52, pode ser o promovido a número 2.

"É um dirigente a seguir com atenção, mas é prematuro apresentá-lo como sucessor", disse à Folha Arturo López Levy, coautor de "Raúl Castro and the new Cuba" (Paperback, 2011).

Engenheiro elétrico, Díaz-Canel tem multiplicado aparições públicas e foi o escolhido pelo governo para um palco de peso: fez discurso ao lado de presidentes na festa de "não posse" de Hugo Chávez em Caracas em janeiro.

Durante sua visita a São Paulo nesta semana, a blogueira dissidente Yoani Sánchez disse que um nome "não histórico" como número 2 será um sinal inequívoco da transição política em curso. Ela cita como apostas Díaz-Canel e o atual chanceler Bruno Rodríguez, 55.

Sánchez participaria em São Paulo de uma sessão de autógrafos hoje na Livraria Saraiva do shopping Higienópolis. O evento foi cancelado pela livraria, que citou como motivo os protestos contra a blogueira nesta semana.


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