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Raúl fica até 2018 e indica provável sucessor
Na presença de Fidel, ditador de Cuba é empossado para novo mandato de cinco anos e promete que será seu último
Engenheiro eletrônico Miguel Díaz-Canel, 52, é escolhido número dois do regime, sinalizando mudança geracional
O ditador de Cuba, Raúl Castro, 81, foi ratificado no poder por mais cinco anos ontem e anunciou que esse será seu último mandato em sessão da Assembleia Nacional que escolheu um novo número 2 para o governo, Miguel Díaz-Canel.
Foi a primeira vez que se estipulou uma data -o novo mandato que acaba em 2018- para o fim da era Castro na ilha governada pela família desde a vitória da guerrilha em 1959. Foi também o discurso mais explícito até agora sobre a transição política em preparação.
"[A escolha de Díaz-Canel] representa passo definitivo na configuração da direção futura do país, mediante a transferência paulatina e ordenada dos principais cargos às novas gerações", disse.
O anúncio de aposentadoria, sinalizado a repórteres na sexta-feira, segue proposta feita por Raúl em 2011 de que os cargos do Executivo se limitem a dois mandatos de cinco anos. Segundo Raúl, um projeto de mudança constitucional do limite à reeleição e à idade de dirigentes no cargo será tema de um referendo popular.
O começo do que pode ser o último quinquênio dos Castro no poder dá ainda mais peso à escolha do engenheiro eletrônico Díaz-Canel, 52, como o novo primeiro vice-presidente do Conselho de Estado de Cuba, o principal órgão do Executivo.
Em caso de ausência de Raúl, é o primeiro vice que assume o posto máximo.
Ex-ministro da Educação Superior, que ocupava uma das cinco vice-presidências do conselho, Díaz-Canel é considerado um "raulista" e substituirá José Ramón Machado Ventura, 82, um "histórico" da geração de 1959.
É a primeira vez que um dirigente nascido após a vitória se torna número 2, numa tentativa de sanar a falta de quadros jovens, um dos problemas para o futuro próximo do regime comunista repetido pelo próprio Raúl ontem.
Além da centralização de cargos nas mãos dos "históricos", o sistema cubano tem sido pouco aberto a novos nomes, com episódios relativamente frequentes de expurgos de lideranças.
Ontem, a renovação foi parcial. Além da promoção de Díaz-Canel, os novos nomes para o quadro de cinco vice-presidentes são: Salvador Valdés, 67, sindicalista; e Mercedes López Acea, 48, dirigente em Havana.
Retirado da primeira vice-presidência, Machado Ventura ficou no quinteto dos vices ao lado de Ramiro Valdés, 80, e Gladys Bejerano, 66.
Na sessão também foi escolhido como presidente da Assembleia Esteban Lazo, 68, para o lugar de Ricardo Alarcón, 75, que ocupou o posto por 20 anos.
Fidel Castro, 86, fez rara aparição -afastado desde 2006, ele segue como deputado. Do discurso do irmão no poder teve de ouvir o contrário do que pregou: uma crítica à igualdade. "[O objetivo é] alcançar uma sociedade menos igualitária, mas mais justa", disse Raúl.