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Incerteza eleitoral faz gigante da telefonia italiana adiar operação

Presidente da Telecom Italia, Franco Bernabé, aponta volatilidade; empresa controla a TIM

MARIA CRISTINA FRIAS ENVIADA ESPECIAL A ROMA E MILÃO

A incerteza relativa ao resultado das eleições na Itália deixa empresas e bancos locais em compasso de espera.

A Telecom Italia, controladora da TIM, que havia anunciado a intenção de emitir títulos, adiou a colocação dos papéis no mercado.

A volatilidade nos mercados não é incomum em períodos eleitorais no país, mas, desta vez, está mais grave, dada a possibilidade de representar um gatilho para uma recaída da crise europeia.

As eleições na Itália começaram ontem e continuam hoje, quando projeções devem ser anunciadas.

"Vamos ver como fica o mercado depois das eleições", disse Franco Bernabè, presidente da companhia, em entrevista exclusiva à Folha.

"Dois ou três dias antes, e com pleitos assim incertos, os mercados são sempre muito voláteis." "Mas, nós não estamos precisando realmente [fazer a emissão]", acrescentou o executivo.

Bernabè se diz "bastante otimista com as eleições".

"Penso que os resultados serão positivos. [Pier Luigi] Bersani [do PD, de centro-esquerda, favorito] é um homem muito prático. [Mario] Monti [atual premiê] terá algum tipo de papel no novo governo, não sei qual. [Pode ser] ministro."

Para ele, não será um governo técnico como o atual.

"Será, no final, um governo prático, um governo político." Entre as principais realizações da gestão Monti, destaca as reformas e a confiança que gerou.

"Fez muitas reformas importantes e, sobretudo, deu segurança aos mercados. Com isso, permitiu que o 'spread' [diferença entre os títulos italianos e os alemães] caísse. E, portanto, possibilitou o refinanciamento do débito público."

Apesar de alguns sinais negativos da economia, Bernabè afirma que "ainda há confiança. Depois veremos o que acontece, porém estou bastante otimista", frisou. "E espero que saiba dar um novo impulso à economia."

O executivo refuta a tese, muito ouvida de italianos, de que o governo eleito será fraco e que cairá depois de alguns meses.

"Isso é o que dizem tantos, mas não creio nessa ideia de que vá durar pouco, ainda que sejam muito incertas as eleições", ressalvou.

No Norte do país, a região mais industrializada, não se vê tanta propaganda política.

Em Roma, até paredes externas de igrejas receberam cartazes para descontentamento de padres.

Em Milão (Lombardia), onde a última semana da campanha coincidiu com a semana de desfiles de moda, hotéis e restaurantes estão cheios. A região (noroeste da Itália) é considerada a que tem maior peso eleitoral, de acordo com analistas.


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