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Rival de Chávez tem liderança contestada

Capriles, que perdeu para o presidente em 2012, é alvo de questionamentos na própria oposição venezuelana

Coalizão anti-Chávez aponta falta de união entre partidos como fator de derrota sofrida para os governistas

ISABEL FLECK ENVIADA ESPECIAL A CARACAS

Apesar de ter conseguido 6,6 milhões de votos nas eleições presidenciais de outubro passado -contra 8,2 milhões do vencedor, Hugo Chávez-, Henrique Capriles, 40, não é aposta certa da oposição num possível novo pleito ao Palácio Miraflores.

Desde o último domingo, líderes de partidos que fazem parte da coalizão MUD (Mesa da Unidade Democrática) se reúnem para discutir quais devem ser as diretrizes do grupo diante de uma nova chance -e quem seria o melhor candidato para enfrentar o sucessor de Chávez.

A movimentação se explica pelo delicado estado de saúde do presidente, que ainda enfrenta uma insuficiência respiratória, mais de 70 dias depois de ter sido operado de um câncer em Cuba.

Em caso de morte ou de que seja decretada sua ausência permanente (no caso de incapacidade física irreversível), uma nova eleição teria de ser realizada em até 30 dias, segundo a Constituição.

Apesar da popularidade do governador de Miranda, pesa contra Capriles o afastamento que teve da coalizão durante sua campanha.

Segundo um relatório elaborado por um grupo de trabalho da própria MUD, um dos problemas que levou à derrota de Capriles foi o fato de não ter sido uma "campanha unitária".

"O comando [da campanha] levou a cabo uma campanha à margem da MUD, quebrando acordos estabelecidos", diz o texto. Em outro trecho, afirma que "a decisão de promover um programa de governo sem coordená-lo com a MUD foi um erro".

Entre os outros que poderiam disputar uma eventual eleição estão o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, e o secretário-executivo da MUD, Ramón Guillermo Aveledo.

Ontem, Ledezma disse, contudo, que o debate "não põe em risco nem eclipsa a liderança de ninguém". Segundo a assessoria de Capriles, ele não está participando diretamente das discussões, sendo representado por Julio Borges, presidente de seu partido, o Primeiro Justiça.

Para o analista político José Carrasquero, da Universidade Simón Bolivar, contudo, deve prevalecer a "sensatez" da oposição na escolha.

"Capriles é o mais forte, como foi visto nas primárias e nas eleições, onde a oposição teve sua melhor votação em 14 anos. Tudo o que se trata é de colocar certas condições, que haja compromissos, como de não reeleição."

Para o presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello, a oposição está "obcecada" por uma eleição presidencial. "Andam desesperados buscando candidatos. Já não perderam a eleição de outubro, e bem perdida?", ironizou.

Cabello também repetiu que Chávez está cumprindo seu tratamento e que o governo "não está com pressa" para que ele tome posse.


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