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Atenções se voltam para o que vai decidir comediante

DO ENVIADO A ROMA

A melhor definição para o que aconteceu na eleição italiana pertence a um político de toda a vida, Pier Luigi Bersani, um comunista reciclado que lidera o Partido Democrático: "Houve uma rejeição da política como se exerceu nestes anos, das instituições ineficientes e de uma política que aparecia como moralmente não crível".

É simples assim e, ao mesmo tempo, um fenômeno profundo o que descreveu o político cuja coligação foi a mais votada, mas não ganhou.

Ganhou um cômico cujo grito de guerra durante toda a campanha foi "políticos, rendam-se".

A avaliação de Bersani dá uma ideia clara do tremendo imbróglio em que a Itália está metida, como se fosse pouco o fato de estar em recessão, de ver o desemprego aumentar e aumentar, de ver o consumo cair e cair.

O dramático é que não se inventou ainda uma fórmula que substitua a política para fazer a intermediação entre a sociedade e o poder público.

É verdade que Beppe Grillo acha que, sim, inventou algo novo -e é também verdade que há muitas coisas novas no seu movimento, boas e ruins.

Mas, como Bersani também disse ontem, agora Beppe Grillo tem que dizer o que quer para a Itália, porque seu movimento ganhou muitas vagas no Parlamento e, portanto, se é para gritar que todos os políticos devem ir-se, então "eles também têm que sair".

A rejeição da política aparece nos números do PD: foi o mais votado, mas teve menos votos do que na derrota acachapante de cinco anos atrás.

Assim como seu adversário de sempre, Silvio Berlusconi, ressuscitou após ser dado como liquidado, mas também teve menos votos do que na vitória de 2008.

Tudo somado, tem-se que a Itália terá que reinventar a política sem que possa, como é óbvio, parar o tempo e enfiar todos os seus políticos -velhos e novos -em um laboratório. Nada trivial, portanto. (CR)


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