Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Sensação da eleição italiana rejeita acordo

Beppe Grillo chama Bersani, líder da coligação mais votada, de 'morto que fala' e é criticado pelos próprios seguidores

Agências de avaliação de risco emitem sinais de alerta; políticos já pedem a antecipação do novo Parlamento

DO ENVIADO A ROMA

Pier Luigi Bersani, líder da coligação mais votada na Itália, havia pedido anteontem que Beppe Grillo, a sensação do pleito, dissesse o que queria para a Itália, no que foi lido como um sutil convite para que o líder da contestação aos políticos ajudasse a formar um governo.

Ontem, Grillo falou -ou melhor, tuitou- o que quer, e fulminou o líder do Partido Democrático (de centro-esquerda):

"Bersani, morto que fala". Sepulta deste modo a hipótese de dar o voto de seus parlamentares a um governo de minoria que Bersani poderia propor. Mas, sempre nas redes sociais, 2.000 mensagens de militantes do Movimento 5 Estrelas criticaram Grillo por ter saído ao ataque sem consulta às bases.

Nesse ambiente carregado, é sintomático que a RAI News, o canal de notícias 24 horas da principal TV italiana, tenha levado ao ar um programa sobre a Bélgica para mostrar que o país ficou 468 dias sem governo, depois de uma eleição indefinida como a italiana desta semana.

É pouco razoável supor que a Itália poderá esperar tanto: ontem, duas das grandes agências de avaliação de risco (Standard & Poor's e Moody's) emitiram sinais de alerta.

A Moody's afirmou o óbvio: o resultado eleitoral é negativo para a avaliação do risco italiano e aumenta a possibilidade de que se faça uma nova eleição.

A Standard &Poor's estende o problema além da Itália e avalia que a indefinição italiana pode reacender a crise europeia.

Nos mercados, a avaliação de risco foi além das palavras: os CDSs (Credit Default Swaps, um seguro contra calote da dívida) italianos superaram, com 291 pontos, o risco espanhol (290), até domingo mais elevado porque era a Espanha que estava no olho do furacão.

Subiu igualmente o juro exigido pelos investidores para comprar papéis da Itália: um leilão de títulos a dez anos vendeu € 4 bilhões (cerca de R$ 10,3 bilhões), com procura até maior que a oferta, mas o juro foi de 4,83%, acima dos 4,17% que eram pagos em janeiro e o nível mais alto desde outubro.

É compreensível, nesse cenário, que já existam políticos pedindo a antecipação da instalação do novo Parlamento italiano, prevista para o dia 15 de março.

Objetivo óbvio: antecipar as negociações para a formação de um novo governo. E fugir, com isso, do exemplo belga.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página