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Potências nucleares saem otimistas de reunião com o Irã

Apesar de não ter havido acordo, pela primeira vez as negociações cogitaram suspender sanções econômicas

Teerã se recusou a adotar medidas que incluíam diminuir grau de enriquecimento de urânio e fechar usina

SAMY ADGHIRNI DE TEERÃ

Após oito meses sem contato formal, o Irã e as grandes potências encerraram ontem mais uma rodada de negociações nucleares sem alcançar um acordo, mas com planos de novos encontros em março e abril.

Apesar de prolongar o impasse acerca do programa nuclear iraniano, o desfecho foi visto como um passo importante nos esforços para apaziguar os ânimos e diluir riscos de uma nova guerra no Oriente Médio.

O Irã manifestou sua satisfação após dois dias de reuniões a portas fechadas em Almaty, capital do Cazaquistão, com representantes de China, Rússia, EUA, França, Reino Unido e Alemanha.

"Desta vez percebemos que [as potências] tentaram se aproximar do nosso ponto de vista", declarou o principal negociador iraniano, Saeed Jalili.

Ele deixou claro que ainda existe um "longo caminho até o ponto desejável", mas ressaltou que as partes podem estar próximas de uma "guinada".

Jalili se referia à proposta apresentada pelas potências para levantar, pela primeira vez, algumas das sanções econômicas caso Teerã atenda três exigências que tornariam mais difícil seu caminho rumo a uma eventual bomba atômica.

As medidas determinam que Teerã deve diminuir seu grau de enriquecimento de urânio para menos de 20%, enviar para o exterior estoques de urânio mais enriquecidos e suspender atividades numa central atômica construída debaixo de uma montanha.

Os iranianos, que argumentam ter direito de usar energia nuclear para produzir medicamentos e eletricidade, embarcaram de volta para Teerã sem responder à proposta.

Mas o secretário de Estado americano, John Kerry, disse que o encontro em Almaty foi "útil", ecoando declarações de diplomatas europeus presentes no encontro.

ELEIÇÕES

Fontes ocidentais disseram à Folha que não esperavam uma reviravolta na posição do Irã já que o país está às vésperas da eleição presidencial de junho, que designará o sucessor de Mahmoud Ahmadinejad, impedido por lei de se candidatar novamente.

Segundo analistas, a rodada de conversas em Almaty expôs uma abordagem mais construtiva dos dois lados, rompendo com o tom abrasivo de conversas anteriores, quando chegou a ser cogitado o fim do diálogo.

Os esforços diplomáticos visam encontrar uma solução negociada ao impasse e evitar que Israel, única potência nuclear do Oriente Médio, execute sua ameaça de bombardear o Irã.


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