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Bento 16 perde dom que o tornava infalível

Com a renúncia, o agora papa emérito não poderá mais proclamar doutrinas incontestáveis sobre a fé e a moral

Ex-pontífice não terá mais autoridade para promulgar dogmas, diz porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi

FABIANO MAISONNAVE ENVIADO ESPECIAL A ROMA

Papa emérito desde anteontem, Bento 16 deixou para trás, junto com o comando da Igreja Católica, o dom da infalibilidade, como é chamado o poder dos pontífices para proclamar doutrinas incontestáveis sobre a fé e a moral com a assistência do Espírito Santo.

"O papa pode errar como todo mundo, mas não quando fala 'ex cathedra' [da cadeira]", explicou, por telefone, o bispo de Caratinga (MG), dom Emanuel de Oliveira.

Logo após o anúncio da renúncia, a primeira em seis séculos, alguns teólogos chegaram a dizer que não havia regras para lidar com a infalibilidade no caso de Bento 16.

Outros questionaram se eventuais escritos novos do papa emérito, reputado como grande intelectual, não terão o mesmo peso dentro da igreja porque ele deixou o pontificado.

Questionado sobre o assunto, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, esclareceu que, ao deixar o cargo, Bento 16 deixa de ser infalível, pois "não terá mais autoridade para promulgar dogma".

Dom Emanuel disse que Bento 16 foi muito ortodoxo durante o papado e que, por isso, não fez pronunciamentos "ex cathedra".

"Mas, quando ele canonizou santos, é irreversível e, portanto, se trata de um pronunciamento na linha da infalibilidade."

Segundo o bispo, que estudou teologia em Roma por seis anos, "ex cathedra" é um recurso muito pouco usado na história. Quando ocorre, diz, "é em sintonia com a igreja, não vem com novidade".

Um dos pronunciamentos papais infalíveis mais conhecidos foi o do papa Pio 9º, em 1854. O dogma da Imaculada Conceição promulgou que Deus preservou Maria, a mãe de Jesus Cristo, do "pecado original".


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